A venda de material escolar nas livrarias de Natal
ainda está tímida, de acordo relatos colhidos pela TRIBUNA DO NORTE, mas a
expectativa é de que, a partir da segunda quinzena de janeiro, haja um
incremento na procura por itens que compõem a lista básica, com projeções de
alta de até 10% em comparação com igual período do ano passado. O material em
si também registra aumentos, os quais podem variar de 5% a 9% no País, segundo
a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares
(ABFIAE). Diante dos artigos com preços mais salgados, as estratégias das
livrarias vão da oferta de descontos, ao parcelamento em até 12 vezes.
Em uma livraria da Cidade Alta, a expectativa é de
um aumento nas vendas de até 7% em relação a janeiro de 2024. Segundo Maura
Andrade, gerente administrativa da loja, itens como papelaria, cartolina e
massa de modelar estão entre os artigos mais procurados. Evitar deixar as
compras para a última hora é a melhor opção, de acordo com a gerente. “O ideal
é que as pessoas se antecipem, até mesmo para garantir que não haverá tumulto.
Assim, garante-se, do mesmo modo, que o cliente vai ser atendido com
tranquilidade”, diz Andrade.
Fernando Capistrano, gerente de uma livraria no
bairro do Alecrim, na zona Leste de Natal, afirma que espera aumentar as vendas
em cerca de 8% ou 10%. Segundo ele, as estratégias para atrair os clientes
envolvem descontos que podem chegar a até 20% em pagamentos à vista. “Além
disso, nós temos uma equipe que cuida das redes sociais para que nós possamos
concorrer de forma mais igualitária com as vendas on-line”, comenta. A
fidelização de clientes também é importante. A psicóloga Lorrayne Santos diz
que só compra na livraria da Cidade Alta, que foi visitada pela reportagem
nesta terça-feira (7).
“Costumo fazer uma pesquisa para ver a diferença de
preços entre um artigo e outro, mas compro tudo por aqui mesmo. Já faço isso há
bastante tempo. Minha estratégia é focar mais naquilo que ela [a filha] vai
usar no dia a dia, como lápis e caneta. Nesse sentido, busco comprar aquilo que
tem uma melhor qualidade. Já os materiais que acabam mais rápido, como
massinhas de modelar, eu procuro economizar”, disse ela, que revelou fazer
sempre uma lista muito básica, para tentar reduzir custos com o material. “Além
de lápis, caderno, massa de modelar e caneta, compro, no máximo, um
brinquedinho pedagógico”, pontua.
A professora universitária Juliana Vaez também busca
comprar tudo em um único lugar, por uma questão de comodidade. “Procuro
otimizar minha pesquisa no sentido de conseguir comprar tudo em uma livraria ou
papelaria só. Venho aqui por causa da variedade e porque considero o preço bom.
Neste ano, o que percebi é que o lápis está bem mais caro”, analisa Vaez. Os
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os
cadernos foram os artigos que mais registraram alta (de 9,65), seguidos dos
didáticos (7,64%) e cadernos (6,31%) neste período.
“A variação de preços também se dá em razão das
marcas. Por isso, o ideal é pesquisar. Aqui, a gente faz negociações e
parcelamentos para permitir que o material fique mais acessível ao nosso
cliente”, diz Maura Andrade, de uma livraria na Cidade Alta. A venda de
mochilas escolares também deve ficar aquecida nos próximos dias, com incremento
de até 80% em uma loja do Alecrim.
“A gente espera um melhor movimento a partir de
agora que as pessoas estão retornando das festas de final de ano. Em janeiro, a
estimativa é vender algo em torno de R$ 200 mil a R$ 300 mil. Fora desse
período, a venda de mochilas escolares é muito fraca”, revela Simone Lima,
gerente do estabelecimento. Com as vendas em alta, fica também o alerta para o
consumidor se proteger de abusos. Ana Paula Pereira, agente fiscal do
Procon/Natal ensina que é preciso muita atenção. “Práticas como venda casada
[condicionar a compra de um produto à de outro], por exemplo, não são
permitidas”, ensina Pereira. Nos próximos dias, o Procon Natal deverá divulgar
uma pesquisa com a variação de preços do material escolar na capital.
Em uma nota técnica, o Procon Natal orienta ainda
que sobre eventuais exigências que possam ser feitas pelas unidades de ensino.
“As escolas não podem determinar as marcas dos produtos nas referidas listas de
material e os pais não são obrigados a realizar compras de livros didáticos,
paradidáticos ou material escolar unicamente em determinada loja indicada pela
instituição educacional”. A compra de material de expediente (itens como folhas
de ofício, álcool, estêncil, entre outros) pelos pais, portanto, é vedada,
segundo a nota técnica.
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