O Rio Grande do Norte tem se destacado em todo o
País por causa da diversidade e qualidade do queijo produzido nas variadas
regiões do Estado, com um volume que atinge cerca de R$ 32 milhões mensais, de
acordo com o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do RN
(Sindleite-RN). Para celebrar o bom momento do setor e comemorar o Dia Mundial
do Queijo, o Sebrae RN reuniu produtores nesta segunda-feira (20), para uma
ação que envolveu degustação de produtos e demonstrações de como se prepara a
iguaria.
Micarla Fernandes, da Fazenda Lima, em São Pedro,
levou para a ação queijos maturados, que são o carro-chefe da produção. “Mas
também trabalhamos com queijo coalho, ricota artesanal, manteiga da terra e
temos um queijo autoral, desenvolvido com café jaçanã. É uma iguaria com café
específico, tipicamente potiguar.”, conta Fernandes, que é membro do projeto
Empreender, Leite e Derivados (Empreleite), núcleo que reúne pequenos
produtores do RN.
Lucenildo Firmino, proprietário da Galego do Queijo,
de Tenente Laurentino, levou para a sede do Sebrae, em Natal, uma demonstração
de como se fabrica o queijo de manteiga. O sucesso foi tão grande que, no meio
da manhã, todos os produtos haviam se esgotado. “O processo do queijo de
manteiga é dividido em três etapas, duas delas bastante demoradas”, descreve
Firmino.
O primeiro passo, segundo ele, é desnatar o leite
para em seguida adicionar o soro do dia anterior para coagular, um processo que
vai levar de seis a oito horas. Após esse período, toda a massa é escorrida
para a retirada de líquido. O processo seguinte é pegar a nata retirada e levar
ao fogo para fazer a fundição (quando a nata se transforma em manteiga), o que
leva em torno de quatro horas.
Na última fase, o leite e a coalhada são colocados
em um tacho para o cozimento. O leite se incorpora à massa, sendo necessário
extraí-lo para, em seguida, acrescentar sal e manteiga. “Por fim, há todo um
trabalho para envolver a manteiga na massa e a gente chegar ao produto tal qual
o conhecemos”, diz Firmino.
Para ele, ações como as desenvolvidas pelo Sebrae
nesta segunda servem para fomentar ainda mais o setor. “Isso é muito importante
para nós produtores. Além disso, o Sebrae tem um trabalho forte de consultoria,
que é fundamental”, pontua. “Essa iniciativa faz com que a cadeia produtiva de
queijos do Rio Grande do Norte se fortaleça”, fala Micarla Costa, da Fazenda
Lima.
Quem visitou o Sebrae na manhã de ontem, aproveitou
para provar as iguarias e aprovar a iniciativa. “A gente na capital, muitas
vezes não conhece o que está sendo produzido no interior, então, é uma ação
muito interessante”, afirmou o servidor público Leonardo Cunha, de 41 anos.
Luís Felipe dos Santos, analista responsável pelo
setor de Agronegócio do Sebrae-RN e que esteve à frente da iniciativa, destacou
a alta qualidade da produção local e ressaltou o papel da instituição em ajudar
a promover os pequenos negócios. “No Dia Mundial do Queijo a gente não poderia
deixar esse momento passar batido, especialmente porque nós temos uma atuação
muito forte com a cadeia queijeira. Há mais de 20 anos que a gente vem chegando
junto desse pequeno produtor para ajudá-lo a se regularizar e a fabricar um bom
produto”, pontuou.
Túlio Veras, presidente do Sindleite-RN), comentou
sobre a contribuição de toda a cadeia que envolve o setor para a economia do
Estado. “É um setor que gera emprego e renda, e movimenta desde o armazém da
ração, à farmácia veterinária. Saímos de uma produção de 300 mil litros por dia
para cerca de 450 mil em estabelecimentos inspecionados. Desse total, 350 mil
litros são processados”, enumera Túlio Veras.
Diante do cenário atual, o objetivo, de acordo com o
Sebrae, é proporcionar cada vez mais espaços para que a produção do Estado seja
divulgada.
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