As exportações brasileiras de produtos do
agronegócio geraram no ano passado US$ 164,37 bilhões, US$ 2,18 bilhões, ou
1,3%, menos que em 2023, informou o Ministério da Agricultura e Pecuária
(Mapa). Apesar da queda, é o segundo maior valor da série histórica, de acordo
com o ministério, “mesmo diante da retração dos preços de algumas das
principais commodities”. As exportações do agro corresponderam a 48,8% do
comercializado pelo Brasil em 2024, segundo a pasta, estável em relação ao ano
anterior, de 49%.
Na avaliação da Secretaria de Comércio e Relações
Internacionais do Ministério da Agricultura, o desempenho das exportações
agropecuárias brasileiras no ano passado foi influenciado pela queda no índice
de preço dos produtos exportados, de 4,6%, parcialmente compensado pelo
incremento de 3,4% no volume exportado.
“O setor
manteve seu protagonismo ao responder por metade das exportações totais do
País, desta vez trazendo resultados concretos do empenho do Governo e do setor
privado para uma maior inserção internacional, por meio da diversificação de
produtos e destinos”, disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais,
Luís Rua.
De acordo com o Ministério, a redução nas vendas do
complexo soja e de cereais, consequência da menor safra brasileira e dos preços
internacionais achatados, foi compensada pelo incremento das exportações de
carnes (+11,4%), complexo sucroalcooleiro (+13,3%), produtos florestais
(+21,2%) e café (+52,6%). Outros setores, como fibras têxteis, sucos, cacau e
seus derivados e produtos hortícolas também registraram aumento nos embarques.
A secretaria destacou ainda que os embarques de
açúcar, café verde, algodão, café solúvel, carne suína in natura, bois vivos,
feijões secos, sebo bovino, foram recordes em valor e volume exportados.
As exportações de celulose, suco de laranja, óleo
essencial de laranja foram recordes em receita gerada, enquanto as vendas
externas de farelo de soja, carne bovina in natura e miúdos de carne bovina
alcançaram o maior volume exportado da série histórica. “Entre os produtos
menos tradicionais da pauta exportadora, destacam-se limões e limas, chocolate
e preparações alimentícias de cacau, alimentos para cães e gatos, gengibre,
pasta de cacau e cebolas”, observou a pasta.
Em valor exportado, os principais setores foram
complexo soja, com US$ 53,9 bilhões, respondendo por 32,8% do total exportado,
carnes (com US$ 26,2 bilhões, 15,9% do total), complexo sucroalcooleiro (com
US$ 19,7 bilhões, 12%), produtos florestais (US$ 17,3 bilhões, 10,5%), café
(US$ 12,3 bilhões, 7,5%) e cereais, farinhas e preparações (com US$ 10 bilhões,
6,1%). Juntos, esses segmentos representaram 84,8% das exportações do
agronegócio no ano passado, 2,9 pontos porcentuais abaixo do ano anterior.
Destinos
A China se manteve como principal destino dos
produtos do agronegócio brasileiro em 2024. As vendas ao mercado chinês somaram
US$ 49,7 bilhões, retração de 17,5% ante 2023, ou US$ 10 54 bilhões a menos.
Com isso, a participação chinesa saiu de 36 2% em 2023 para 30,2% em 2024.
O principal produto exportado para os chineses foi
soja em grão, com vendas de US$ 31,5 bilhões (queda anual de US$ 7,4 bilhões) e
72,6 milhões de toneladas, ou 63% das exportações do agronegócio. A China
comprou 73,4% do total exportado de soja brasileira, 2,6% menos na comparação
anual.
Além da soja, o milho, com queda de US$ 3,2 bilhões,
também influenciou nos resultados menores nas vendas do agro para a China. O
volume negociado caiu 86%, com preços 7,5% mais baixos. Já as exportações de
celulose, carne bovina, algodão e fumo para a China cresceram.
Os Estados Unidos foram o segundo país de destino do
agronegócio brasileiro, com embarques de US$ 12,1 bilhões (+23,1%). A
participação norte-americana nas exportações do agronegócio brasileiro
aumentaram de 5,9% para 7,4% em um ano. Os principais produtos exportados aos
Estados Unidos foram café verde, celulose, carne bovina in natura e suco de
laranja.
Os Países Baixos aparecem na terceira colocação, com
US$ 5,5 bilhões (+5,4%) e participação de 3,3%. Os destaques para lá foram
vendas de celulose e suco de laranja. Mercados como Egito (+91,4%), Emirados
Árabes Unidos (+46%), Bélgica (+43,3%), Turquia (+31,2%) e Irã (+30,7%) também
ganharam relevância nas exportações em 2024.
Balança
As importações de produtos agropecuários cresceram
16,2%, a US$ 19,302 bilhões em 2024, ou 7,4% do total internalizado no País. Os
produtos que puxaram o aumento foram álcool, azeite de oliva, óleo de palma e
trigo. Assim, o saldo da balança comercial do agronegócio em 2024 ficou
positivo em US$ 145,066 bilhões, ante US$ 149,879 bilhões em 2023.
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