A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) autorizou as operações de produção e comercialização no
Campo de Tanatau, localizado no território potiguar. A área, com
aproximadamente 8,3 km², é operada pela Phoenix Óleo e Gás, subsidiária
indireta da Azevedo & Travassos (A&T). A empresa comunicou a operação
por meio de fato relevante divulgado ao mercado na última semana. O documento
prevê um potencial de produção inicial de cerca de 250 barris de óleo por dia
em 2025, com um volume estimado de óleo in place (VOIP) de 3,6 milhões de
barris.
A declaração de comercialidade foi deferida pela ANP
em 3 de janeiro de 2025, após a confirmação da viabilidade do campo em testes
realizados no ano anterior. O Campo de Tanatau é fruto do Plano de Avaliação de
Descobertas (PAD) do poço 1-PHO-1-RN, perfurado em 2021 no bloco POT-565. A
área incorporada inclui, além do PAD, uma pequena porção adicional do bloco,
por razões técnicas relacionadas ao reservatório.
A nota diz ainda que a Phoenix informou que já
trabalha na elaboração do Plano de Desenvolvimento do Campo de Tanatau, que
será apresentado à ANP ainda em janeiro. A empresa destacou que o plano prevê a
utilização das instalações de produção do Campo de Concriz, que fica próximo a
Tanatau. A medida visa otimizar os investimentos, destinando os recursos
prioritariamente à perfuração de novos poços, sem a necessidade de construir
novas estruturas de produção ou armazenamento.
O comunicado da Azevedo & Travassos também
mencionou que o restante da área do bloco POT-565, que não integra o PAD ou a
área de desenvolvimento, permanece em fase exploratória. Segundo a Phoenix, a
ANP aprovou a extensão do período exploratório dessa parte do bloco em dezembro
de 2024.
Fundada em 1984, a Azevedo e Travassos Petróleo deu
início às suas atividades de pesquisa e exploração, por meio de contratos de
risco com a Petrobras, sendo reconhecida por sua atuação no mercado de Extração
& Produção e pela descoberta de óleo na parte terrestre da bacia Potiguar.
Ao longo dos anos, a empresa assinou contratos de
blocos exploratórios, investiu em poços pioneiros e descobriu quatro campos
terrestres de petróleo, conquistando reconhecimento técnico e comercial. Nos
anos 2000, a companhia vendeu a subsidiária para a multinacional canadense,
Koch Petroleum, que assumiu o controle dos poços perfurados pela Azevedo &
Travassos Petróleo. Atualmente, os poços perfurados estão sob o domínio da 3R
Petroleum, empresa brasileira de capital aberto, há nove anos presente no
mercado.
A autorização da ANP para o início das operações no
Campo de Tanatau reflete a retomada do setor petrolífero no Rio Grande do
Norte, que busca ampliar sua participação na produção nacional. O Estado é
conhecido por seus campos terrestres de exploração de petróleo, e o avanço de
novos projetos é considerado estratégico para a economia local. “A Phoenix já
operava na Bacil potiguar, obviamente que não era uma operação grande, mas acho
que a Azevedo & Travassos, em função do tamanho dela e da disponibilidade
de recursos, vai melhorar a produção nesses campos e isso incrementa,
obviamente, a nossa produção interna, que é importante e precisa aumentar”,
destaca o professor geógrafo e ex-Presidente da Associação Redepetro/RN
Gutemberg Dias.
Até 2023, o Rio Grande do Norte registrava a maior
produção de petróleo e gás em quatro anos. Naquele ano, foram produzidos
508.235 barris equivalentes de óleo por dia (boe/d) na média anual – melhor
resultado desde 2019, quando o estado extraiu 571.991 boe/d. O acumulado em
2023 foi 0,83% maior do que o registrado em 2022. Em 2020, a Petrobras anunciou
a abertura para venda dos campos terrestres maduros e deu início a um processo
de desinvestimentos no Estado. “A gente vem numa estabilidade ao longo do
último ano e é necessário que haja investimentos, como a Azevedo &
Travassos está fazendo, para que se possa aumentar a nossa produção”, pontua
Gutemberg.
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