A Justiça do Rio Grande do Norte registrou mais de
36,4 mil medidas protetivas a favor de mulheres vítimas de violência doméstica
de janeiro de 2020 a agosto de 2024. Os dados são do projeto Marias - Radar da
violência doméstica - que traça um perfil das vítimas e dos agressores. Nesta
segunda-feira (25) é o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a
Mulher.
De acordo com o painel, que é produzido com base em
informações dos processos, mais de 8 mil mulheres, cerca de 58% das vítimas com
formulários registrados no período relataram que sofreram atos de violência na
frente dos filhos. 47% delas disseram que têm filhos com o agressor.
Cerca de 21% também relataram que vivam algum
conflito em relação à guarda das crianças, visitas ou pagamento de pensão, no
momento da agressão. Praticamente um quarto das vítimas disse que sofreu a
violência durante gravidez ou no período de três meses após o parto.
Os tipos de violência sãos os mais diversos. Quando
se trata de violência física, 22% das vítimas relataram que sofreram empurrão.
Em segundo lugar vem tapa (17%), seguido de puxão de cabelo (14%,7), soco
(14,6%) e chute (12,8%). Ainda há enforcamentos, pauladas, facadas e tiros,
entre as violências registradas.
Os dados também mostram que a violência não tem
classe social. Mais de 77% das mulheres vítimas da violência doméstica no
estado não se consideram dependentes financeiramente dos agressores. Mais de
63% também informaram que não moram em bairro, comunidade ou área rural com
risco de violência.
Por outro lado, o painel mostra que mais de 65% dos
agressores fazem uso abusivo de álcool ou outras drogas. Ainda de acordo com as
vítimas, mais de 32% desses agressores tinham acesso a armas de fogo.
Nesta segunda-feira (25) é celebrado o Dia Internacional
pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, que visa o combate a esse tipo de
violência.
Segundo o TJ, os dados do painel Marias são
extraídos automaticamente dos processos judiciais de Medida Protetiva no
sistema PJE e processados para remover informações que possam identificar as
partes envolvidas.
"A violência doméstica e familiar contra a
mulher é uma triste realidade que persiste em nossa sociedade, violando seus
direitos fundamentais e comprometendo sua segurança e bem-estar. Esta forma de
violência se manifesta de maneiras diversas, incluindo agressões físicas,
sexuais, psicológicas e até mesmo homicídios. Diante dessa alarmante
problemática, torna-se crucial identificar os fatores de risco associados e
desenvolver medidas de prevenção e proteção para assegurar a segurança e a
dignidade das mulheres", diz o Judiciário na abertura do painel.
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