A partir desta segunda-feira (4), o Ministério
da Saúde vai substituir as duas doses de reforço da VOPb (vacina oral
poliomielite bivalente) por uma dose de vacina injetável da VIP (vacina
inativada poliomielite). Ou seja, o esquema vacinal contra a doença será
exclusivo com a VIP.
No esquema atual, a criança recebe três doses da VIP
aos 2, 4 e 6 meses e duas doses de reforço da VOP, a gotinha, aos 15 meses e
aos 4 anos de idade. Veja como fica o novo esquema (todas
as doses com a vacina injetável):
- Primeira
dose aos 2 meses;
- Segunda
dose aos 4 meses;
- Terceira
dose aos 6 meses;
- Reforço
aos 15 meses.
Importante: O
Ministério da Saúde reforça que o Zé Gotinha continuará atuando em prol
da vacinação.
A substituição segue uma tendência mundial e foi
amplamente discutida na Reunião da Câmara Técnica Assessora em Imunizações
(CTAI), com a participação dos representantes da Sociedade Científica, com o
Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS).
Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade
Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que a vacina em gotinhas foi muito
importante para a imunização no país — o Brasil está há 34 anos sem a doença.
“A vacina oral era excretada nas fezes de quem
recebia o imunizante. E quando a gente vacinava milhares de crianças,
esse vírus era eliminado na comunidade e acabavam imunizando indiretamente
mesmo aqueles que não apareciam nas campanhas. A vacina oral atingia
vacinados e não vacinados, levando a uma ampla vacinação”, explica o
infectologista e pediatra.
Hoje, isso não faz muito sentido. O vírus selvagem é
encontrado em apenas no Afeganistão e no Paquistão. Além disso, mesmo que muito
raro, o vírus vacinal que fica circulando no ambiente pode sofrer uma mutação e
reverter sua atenuação.
“Ele pode se tornar virulento e causar paralisia em
quem não foi vacinado. Hoje se tem mais casos de paralisia derivados
desse vírus vacinal do que pelo próprio vírus selvagem que já
eliminamos praticamente do planeta, restrito hoje a dois países”, completa
Kfouri.
Kfouri lembra que a vacina é segura e que já faz
parte do calendário de imunizações. “Não há mudanças no esquema de prevenção.
As crianças precisam ser vacinadas. A paralisia só ocorre em quem não
tem vacina“.
Fonte: g1
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