A temperatura em Natal durante este mês de novembro
está cerca de 0,3ºC mais quente em média na comparação com outubro e a
expectativa é de que aumente até 0,5ºC com a chegada do verão em dezembro, de
acordo com Gilmar Bristot, chefe da unidade de Meteorologia da Empresa de
Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn). Segundo ele, a elevação
projetada está dentro do previsto para o período, uma vez que o aumento de
temperatura, ocasionado pela menor ocorrência de ventos, é comum a partir de
novembro. Eventos como ondas de calor estão descartados para a capital, segundo
o meteorologista.
“Hoje, com a diminuição dos ventos, o ar fica mais
tempo parado, armazena-se mais calor e aí surge aquele efeito estufa natural”,
diz Bristot. Ele lembra, contudo, que a sensação térmica para a população, a
depender da área da cidade, varia e faz com que a percepção de calor seja maior
do que as temperaturas registradas nos termômetros. “Se a pessoa vai às 10h ou
11h em regiões como a Cidade Alta e o Alecrim, por exemplo, em um dia sem
nuvem, vai ter uma sensação de 40ºC, porque vai estar em uma exposição direta,
por conta do aquecimento vindo do solo impermeabilizado, do asfalto ou
calçamento”, explica.
Apesar do aumento já observado, ele conta que
eventos como ondas de calor são pouco prováveis. “Para os próximos seis meses
não há nada que indique a ocorrência desse tipo de fenômeno no País, por causa
do La Niña, que provoca o deslocamento de frentes frias a partir do
desaquecimento do Pacífico. E, se por acaso, as ondas [de calor] ocorrerem,
como elas geralmente se originam no Centro-Sul do Brasil, é muito difícil que
cheguem a Natal. Mas se chegarem, já não trazem as características originais”,
avalia Bristot.
“O La Niña, aliás, é o responsável por essa
expectativa de meio grau acima do normal, o que já significa muita coisa em uma
região muito quente como é Natal”, acrescenta o meteorologista. Segundo ele,
pancadas de chuvas podem ocorrer na primeira semana de dezembro e a partir do
dia 20, o que poderá amenizar o calor na capital. Enquanto não chega nenhum
alívio, nas ruas a população diz ter notado a elevação das temperaturas nas
últimas semanas. Diante da percepção, a opção é tentar se proteger do calor e
amenizar a sensação térmica.
Na manhã desta quarta-feira (27), ainda cedo, por
volta das 8h30, muita gente que transitava pela Cidade Alta, no Centro, já
sentia os efeitos. A esteticista Shara Daiane, de 27 anos, comprou uma
garrafinha de água mineral para se hidratar. “Tomem bastante água, porque é
muito fácil desidratar nesta época. Esta é minha principal dica”, afirma. Além
disso, ela conta que procura aproveitar ao máximo o ar-condicionado do espaço
no qual é proprietária, para deixar o ambiente arejado. Quem trabalha na rua,
sofre mais.
A ambulante Maria do Socorro, de 58 anos, diz que a
ingestão de água é a alternativa que ela utiliza para reduzir os impactos do
calorão. “Já amanheço o dia tomando água, porque está quente desde logo cedo”,
conta. A cabeleireira Ana Cleide, de 75 anos, tem outras estratégias para
amenizar a sensação térmica. “Estou sempre usando roupas leves, tomo bastante
líquido e como muita fruta. Não faço uso de ventilador nem de ar-condicionado,
por isso, deixo todas as janelas abertas em casa. E assim, a gente vai se
adaptando”, falou, enquanto caminhava pelo Centro da cidade.
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