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domingo, 3 de novembro de 2024

TANGARAENSES - Falta de manutenção reduz em 25% eficiência de sistemas fotovoltaicos

 


A manutenção dos sistemas fotovoltaicos, que envolve desde o reajuste do quadro elétrico até a limpeza das placas solares, deve seguir uma periodicidade que varia de acordo com o perfil do usuário, mas, em geral, deve ser realizada em um recorte de tempo que varia de seis meses a um ano. Do contrário, a falta de cuidados pode causar uma série de problemas e reduzir em até 25% a eficiência do sistema. É o que explica o presidente da Associação Potiguar de Energias Renováveis, Williman Oliveira. Ele chama atenção para um ponto importante: a manutenção só deve ser feita por empresas especializadas que atuam no setor de energia solar.

Oliveira, CEO da WSO, explica que, além das placas em si, o usuário precisa se preocupar com os demais componentes do sistema, como o ajuste de strings (que atua como proteção em casos de descarga elétrica e curto-circuito), reaperto de conexões e ajustes no quadro elétrico para eliminar pontos quentes, provocados por temperaturas acima do normal em um determinado módulo. “Sem a a manutenção pode-se perder até 25% da geração de energia. E esse índice se sobressai na hora de olhar a conta. Aquilo que era gerado não é mais, e aí o custo volta para o usuário, porque ele passa a ser atendido pela concessionária”, explica.

Essa perda de capacidade de geração de energia, alerta, provoca o risco de incêndios e curtos-circuitos, diminui o tempo de vida útil do sistema e adiciona custos com reparos e substituições. Os fatores que levam à necessidade de reparos são variados. Cidades litorâneas, como Natal, sofrem com os efeitos da maresia. “Com o tempo, as placas vão criando uma crosta que diminui a a quantidade de radiação, responsável pela geração de energia. Para garantir eficiência, é importante que as placas estejam limpas e saudáveis”, afirma o presidente da Aper.

Outros fatores também influenciam. “Fuligem, cocô de pássaro, poeira, folhas ou restos de plantas que podem ser levados pelo ar interferem no sistema e levam à necessidade de intervenções”, diz Williman Oliveira. Segundo ele, os gastos com a manutenção são variados, porque dependem da potência específica de cada usina. “A gente calcula, em média, índices que variam entre 1,5% a 2% do valor que o cliente investiu na usina. Então, se o cliente investiu 30 mil reais, o custo pode variar de R$ 450 a R$ 600, por exemplo”, detalha.

A economia é outra vantagem da manutenção periódica. “O investimento em um projeto garante ao usuário um valor de retorno, chamado payback. Para isso, há uma estimativa, de geração de uma quantidade específica de energia”, comenta Oliveira. “Com a manutenção, evitam-se perdas e isso gera economia na mesma proporção”, aponta. O presidente da Aper reforça que a manutenção deve ser feita por uma empresa especializada para garantir a eficiência dos cuidados e se distanciar de possíveis danos.

“É importante procurar uma empresa que conheça o processo de energia renovável. Colocar pessoas amadoras, que vão usar produtos que não estão de acordo, pode causar não só um acidente, como pode danificar também o sistema”, ensina. “São empresas que tenham no próprio portfólio a capacidade de manutenção preventiva e corretiva de usina solar”, completa Williman Oliveira, sobre o perfil a ser procurado na hora de realizar os reparos.

RN registra 717 MW de potência solar

O Rio Grande do Norte acaba de registrar 717 megawatts (MW) de potência instalada na geração própria de energia solar. De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o estado possui mais de 76 mil conexões operacionais de energia solar em telhados e pequenos terrenos, espalhadas por 167 cidades, ou 100% dos municípios da região.

Atualmente são mais de 76,7 mil consumidores de energia elétrica que já contam com redução na conta de luz, maior autonomia e confiabilidade elétrica. Desde 2012, a modalidade já proporcionou ao Rio Grande do Norte a atração de R$ 3,4 bilhões em investimentos, geração de mais de 21,4 mil empregos e a arrecadação de R$ 1 bilhão aos cofres públicos.

Para ampliar a sustentabilidade no estado, a Absolar recomenda a criação e ampliação de programas, políticas e mais incentivos locais para o avanço da energia solar, incluindo, por exemplo, a inclusão da tecnologia fotovoltaica nos prédios públicos em geral, nas casas populares e nos programas de universalização de acesso à eletricidade.

Uma medida crucial é, na visão da Absolar, a aprovação do Projeto de Lei nº 624/2023, que institui o Programa Renda Básica Energética (REBE). “Atualmente em tramitação nas comissões do Senado Federal, este PL é fundamental para a geração distribuída solar, pois resolve estruturalmente, via lei, o problema das negativas de conexão, feitas pelas distribuidoras sob alegação de inversão de fluxo de potência. Essas negativas estão impedindo milhares de consumidores brasileiros, entre residências, pequenos negócios, produtores rurais e gestores públicos, de exercer o seu direito de gerar a própria energia limpa e renovável, para reduzir sua conta de luz”, aponta Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar.

“Como o projeto atualiza a Lei nº 14.300/2022, o marco legal da geração própria renovável, as distribuidoras ficarão proibidas de impedir os consumidores de conectar sua microgeração distribuída. Se for necessário algum reforço na infraestrutura elétrica para receber esta microgeração, a distribuidora ficará responsável por fazer este investimento diretamente, em vez de repassar estes custos ao consumidor”, acrescenta Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar.

 

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