A movimentação foi intensa, durante o fim de semana,
na Base Aérea de Natal (Bant), no Rio Grande do Norte, com a chegada de pessoas
e equipamentos para o Exercício Cruzeiro do Sul (Cruzex). Mais
de 3,6 mil militares de 16 países e 100 aviões participam do treinamento de
guerra, que começou neste domingo (3) e segue até o próximo dia 15 de novembro.
O evento marca o primeiro grande exercício com
o uso dos caças
F-39 Gripen adquiridos pela Força Aérea Brasileira (FAB), aeronaves que
podem alcançar velocidade de 2,4 mil km/h. Sete aviões do modelo estão em
Natal.
"Neste momento nós estamos passando por uma
transformação muito importante com a aquisição das novas aeronaves Gripen. A
aeronave está despertando a curiosidade do mundo todo, até mesmo porque o
Gripen ainda está em desenvolvimento, então as capacidades da aeronave são uma curiosidade",
afirmou o comandante da Base Aérea de Natal, Brigadeiro do Ar Ricardo Guerra
Rezende, nesta segunda (4).
Outros caças como o F-5EM, A-1, A-29B e os aviões de
transporte C-105/SC-105 Amazonas, KC-390 Millennium, E-99M e helicóptero H-36
Caracal da FAB, além do
A4 da Marinha do Brasil (MB), também são envolvidos na operação.
Cruzex
Segundo a FAB, o exercício multinacional é
organizado desde 2002, está na 8ª edição, e visa o treinamento conjunto em
cenários de conflito, promovendo a troca de experiências entre os países
participantes. É o maior evento do tipo na América Latina.
Participam do evento os esquadrões de voo de outros
sete países: Argentina, com as aeronaves IA-63 Pampa e KC-130H; do Chile, com o
KC-135 e F-16; da Colômbia, com KC-767; dos Estados Unidos, com F-15 e KC-46
(767); do Paraguai, com AT-27 e C-212; do Peru, com KT-1P e KC-130; e de
Portugal, com KC-390.
Militares do Chile, Colômbia, Estados Unidos,
Paraguai e Peru também participaram da execução de tarefas espaciais e
cibernéticas. Além desses países, África do Sul, Alemanha, Canadá, Equador,
França, Itália, Suécia e Uruguai enviaram militares observadores.
Exercício simula ambiente de guerra
O Brigadeiro do Ar Ricardo Guerra Rezende explicou
que o exercício simula um ambiente de guerra convencional, onde uma coalisão de
países atua de forma conjunta para garantir a soberania de uma nação.
"Nós desenvolvemos ações de força aérea,
diversas ações de escolta, varredura, patrulha aérea de combate, sempre focado
no emprego do poder aéreo para que a gente possa mudar esse cenário, tratando
de espaço aéreo, para que outras ações no terreno possam acontecer",
explicou.
Segundo o comandante da Base Aérea de Natal, a
expectativa é que sejam registradas 1.400 horas de voo ao longo do período da
Cruzex 2024. De acordo com ele, a base potiguar, que foi usada pelos Estados
Unidos durante a 2ª Guerra Mundial, apresenta condições favoráveis para as
atividades militares.
"Natal tem uma condição de infraestrutura
aeronáutica perfeita para que possamos realizar este exercício, além das
condições geográficas, volume de tráfego aéreo e outras características que
fazem desta cidade, desta Base Aérea, um espaço ideal para que possamos
desenvolver nosso exercício. Meteorologia, condições da nossa pista de pouso,
aeródromos de alternativa ao nosso redor e tantas outras características que
fazem daqui o local perfeito para desenvolvermos nosso exercício", afirmou
o comandante.
Caça caiu durante treinamento
Uma
caça da Força Aérea Brasileira caiu durante um voo de treinamento há cerca de
duas semanas, no dia 22 de outubro, nas proximidades da Base Aérea de Natal.
A aeronave era do modelo F-5M e caiu perto de condomínios residenciais de
Parnamirim, na região metropolitana.
Segundo a FAB, ao perceber um problema na aeronave,
o piloto direcionou o avião para uma área desabitada antes de ejetar. Ele foi
resgatado pela equipe da FAB, levado para um hospital e liberado no mesmo dia
com uma luxação no ombro.
Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (Cenipa). Moradores da região disseram que viram o avião pegando
fogo antes da queda.
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