A câmara corporal de um
policial militar gravou o momento em que ele pergunta a um colega de farda em
outra viatura: “Apostar um racha?” Em seguida, o soldado acelera o carro
oficial da Polícia Militar (PM) de São Paulo até bater em dois veículos que
estavam estacionados e também no poste de um semáforo.
O acidente ocorreu em 13
de julho de 2024 na Rua da Independência, na região do Cambuci, no Centro da
capital paulista. O que ocorreu antes e depois da colisão foi gravado pela body
cam (câmera corporal) do próprio agente da PM.
O caso só foi conhecido, no entanto, nesta semana, quando as imagens da
imprudência do policial e da batida viralizaram nas redes sociais.
Logo após a batida, o
soldado deixou a viatura da PM incrédulo com o que acabou de fazer. “E agora?”,
diz o agente que dirigia o carro da corporação. “O que eu fiz, veio?”
Em seguida, olhando para
um automóvel e um caminhão de pequeno porte e para o poste danificados, o PM
liga para o seu superior direto para contar o que ocorreu. “Sofri um acidente”,
diz. “Batemo [sic] a viatura.”
“Arrebentamo [sic] o
carro…”, fala o soldado ao telefone. “Você não é louco”, responde o superior
dele do outro lado da linha, pedindo para o subordinado lhe enviar uma foto do
que aconteceu.
Ele foi advertido e
atualmente responde processo na Justiça Militar pelos danos que
causou à viatura da PM, aos dois veículos que atingiu e também ao poste
danificado.
Além do motorista da
viatura acidentada, o companheiro dele que estava ao seu lado no carro e
aparece no vídeo dando risada com ele momentos antes do acidente, também
responde o processo. O mesmo vale para os outros dois PMs da viatura que teria
sido convidada a participar do “racha”.
O g1 apurou que
num dos relatórios internos da corporação sobre o caso, o soldado admitiu
informalmente que falou algo no sentido de “vamos tirar um racha”, mas
em “tom de brincadeira” quando estava indo atender uma outra
ocorrência sobre discussão e “vias de fato”.
A reportagem apurou que os
quatro PMs foram afastados preventivamente dos patrulhamentos nas ruas por
causa do processo que respondem. Atualmente eles estão fazendo serviços
administrativos.
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