O senador Styvenson
Valentim (Podemos) disse nesta terça-feira 23, em entrevista ao
programa 12 em Ponto, da 98 FM, que todos os crimes, independentemente da
gravidade ou impacto, devem ser levados a sério.
Styvenson foi questionado acerca do “furto
por necessidade”, que ocorre quando o autor do crime está em situação de
pobreza ou extrema pobreza e quando o bem subtraído tem o objetivo de saciar
sua fome. O projeto de lei que trata do assunto, de coautoria da candidata a
prefeita de Natal Natália
Bonavides (PT), altera o Código Penal para determinar que não haverá
prisão no caso de furto por necessidade ou de valores insignificantes.
“Para as pessoas entenderem de forma prática, se
estão dizendo que é por conta da necessidade, é por conta de fome, porque a
pessoa vai subtrair qualquer objeto insignificante. Insignificante para quem?
Porque se for para mim, o conteúdo que tem no meu celular tem muito
significado. Eu posso ter dez [aparelhos], mas o conteúdo para mim é
significativo. Não é um juiz que vai avaliar e nenhum legislador que vai
avaliar isso”, pontuou.
O senador destaca que no Rio Grande do Norte há
cerca de 600 mil pessoas cadastradas no Bolsa Família, uma política destinada a
combater a extrema pobreza. Ele argumenta que, com esse suporte, não há
justificativa para roubar para saciar a fome.
“Quase seiscentas mil pessoas estão no cadastro único
do Bolsa Família no estado do RN, ou seja, se o Bolsa Família é justamente uma
política que é para tirar da da extrema pobreza, não se pode alegar com projeto
de lei desse que a pessoa vá subtrair qualquer tipo de produto material para
saciar fome. Agora o que estão fazendo com o Bolsa Família? Jogando, ‘fazendo
tigrinho’, querendo prosperar com coisas ilícitas, aí é errado. Então, só
concluindo o raciocínio, nenhum tipo de crime, o menor que seja, eu não ensino
isso para ninguém, eu espero que os pais não ensinem isso para os filhos”,
complementou.
O projeto de lei, para ele, incentivaria o furto.
“Estimula. Porque hoje o furto famélico já existe na tipificação, o que seria
insignificante ou não em determinado momento. Então, não tem nem o que discutir,
eu não vou nem me cansar e nem cansar você, eleitor, com esse papo de que pode
ou não”.
Não existe santo na política, afirma o senador
Styvenson
O senador Styvenson Valentim também falou sobre a
iniciativa de participar mais ativamente da campanha eleitoral neste ano. Ele
citou o apoio ao candidato a prefeito de Parnamirim Salatiel de Souza (PL) e,
ao comentar sobre as acusações de corrupção que Salatiel enfrentou
anteriormente, disse que não há “santos” na política.
“Eu tenho que fazer a escolha. De um lado está o PT
e do outro lado está o pessoal que, querendo ou não, não tem santo na política.
Sinceramente, se eu for escolher santo, vou voltar para quatro anos atrás e
ficar no meu isolamento. E perdi uma campanha em 2022 por isso. Perdi uma
campanha em 2022 por isso. Pelo meu isolamento, por acreditar que eu era o
único puro imaculado da política”, afirmou, ao relembrar que foi candidato ao
Governo do Estado e não obteve êxito no pleito.
E continuou: “Tem prefeito que eu trabalho, que eu
mando emenda que não é flor que se cheire, mas eu vou lá fiscalizar. Eu fui lá
no último dia, até me desculpei. Parnamirim, me
perdoe ter vindo aqui no último dia porque eu estava atento a outras campanhas.
E eu estava achando que estava tudo resolvido. Aí, no final, foi que disseram
que não estava resolvido. Não me arrependo, não”.
Agora RN
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