Risoles, pastéis, empadas. Nada fica no páreo da
coxinha, o salgado mais amado pelos brasileiros. Pelo menos é o que mostra um
levantamento do TasteAtlas, que classificou o aperitivo entre os 100 melhores
pratos fritos do mundo — e o favorito do Brasil.
O que levou a Vulcabras, a garantir o melhor
resultado de sua história
Foi essa paixão nacional que chamou a atenção do
empresário Pablo Farias e fez com que ele criasse a Loucos por Coxinha, uma
rede que hoje, 10 anos após a fundação, fatura 69 milhões de reais por ano com
lojas no Norte e Nordeste.
Agora, dará um passo importante em sua expansão. A
empresa está chegando também à região sudeste, com a primeira loja em São
Paulo. Será a unidade de número 100. Um salto e tanto para uma empresa que
começou vendendo coxinhas em carrinhos de rua e quiosques improvisados em
bairros de Natal.
"Comecei com um investimento de 90 reais e um
carrinho de coxinha no bairro do Alecrim", diz Farias.
Hoje, as lojas se espalham por estados como
Pernambuco, Ceará e Alagoas, e a rede ainda produz seus próprios salgados em
uma fábrica de 60.000 metros quadrados em Macaíba, a 30 quilômetros de
Natal.
Qual é a história da Loucos por Coxinha
Nascido em Campina Grande, na Paraíba, e morador de
Natal há mais de 40 anos, Pablo Farias sempre teve vontade de empreender –
vontade essa que nasceu das tentativas de seu pai e avós, comerciantes no
interior do nordeste.
“Meu pai era comerciante em Campina Grande e mexia
com mimeógrafo, aquela copiadora que tinha cheiro de álcool”, diz. “Eu cresci
nesse ambiente, brincando no final de semana, e sempre envolvido de algum jeito
nos negócios deles. Essa foi minha base.”
Inspirado, ele começou a trabalhar cedo, mas
enfrentou dificuldades. "Quebrei três vezes e meia", brinca Farias,
ao lembrar as empreitadas que não deram certo e as dívidas que acabou
herdando.
A solução final veio em 2013, depois de deixar um
cargo no Sebrae para, mais uma vez, tentar seu próprio negócio.
Com a popularização do modelo de food truck em São
Paulo, Farias teve a ideia de vender coxinhas em um formato novo, que pudesse
atrair clientes de todas as idades e contextos.
“O nordestino ama coxinha, então pensei: por que não
vender coxinha no cone? Era algo que o pessoal ainda não conhecia muito, e
começou a se popularizar em São Paulo”, diz.
Ele e um amigo, ambos sem recursos, decidiram vender
o carro para financiar a primeira produção, e foi aí que a brincadeira virou
negócio.
O primeiro carrinho, localizado no bairro do
Alecrim, logo chamou a atenção. A marca e o conceito de coxinhas em cone
chamaram a atenção dos consumidores de Natal. Rapidamente, Farias conseguiu
atrair franqueados, chegando a 13 carrinhos em operação ainda em 2014.
Expansão e estrutura: como o Loucos por Coxinha
virou rede
O sucesso dos carrinhos foi o ponto de partida, mas
o modelo de rua não era viável para sustentar o crescimento que Farias tinha em
mente.
“O plano sempre foi profissionalizar o negócio, sair
da rua”, diz ele.
Em 2015, a Loucos por Coxinha abriu seu primeiro
quiosque em shopping, modelo que foi reproduzido em outros locais e que, hoje,
é o principal formato da rede.
Em 2016, o crescimento acelerado e a falta de
estrutura para suprir a demanda motivaram a criação de uma pequena fábrica em
Natal. Essa unidade inicial, com cerca de 200 metros quadrados, logo ficou
pequena. Em 2022, a rede inaugurou um centro de produção de 60.000 metros
quadrados que fabrica mais de 2 milhões de coxinhas por dia.
Foi essa estrutura que permitiu expandir o
portfólio, trazendo sabores novos, mini churros e kibes para os pontos de
venda: hoje, 85 lojas abertas e pelo menos outras 15 em contrato.
A chegada a São Paulo e os planos de expansão para
todo o Brasil
O próximo passo da Loucos por Coxinha agora é
conquistar o Sudeste.
A primeira unidade de São Paulo será inaugurada
ainda em 2024 e faz parte de um plano de expansão que busca chegar a 350
unidades até 2029.
Entre as cidades do interior paulista previstas para
novas lojas estão
Campinas
Bauru
Sorocaba
São José dos Campos
"Estamos prontos para o mercado paulista, que é
muito competitivo, mas tem um público aberto ao novo", afirma Ayrton
Carvalho, executivo de franquias da marca.
O modelo de expansão para o Sudeste inclui também a
venda em supermercados, uma aposta feita durante a pandemia, quando as lojas
físicas ficaram temporariamente fechadas.
Hoje, a operação de varejo responde por 40% do
faturamento da Loucos por Coxinha, que conta com uma operação própria de
distribuição e transporte. “A pandemia foi desafiadora, mas nos deu a chance de
testar esse modelo. E a aceitação foi ótima”, afirma Farias.
Para atender a demanda, a rede manteve os diferentes
formatos de franquias: os modelos mais baratos incluem o container, com um
investimento inicial de 132.000 reais, enquanto os quiosques em shopping exigem
233.000 reais.
Exame
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