s. abreu

s. abreu

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Crédito imobiliário na Caixa está perto do limite

 


Faltando pouco mais de dois meses para acabar o ano, a Caixa Econômica Federal tem voltado atrás em pedidos pré-aprovados de crédito imobiliário porque já usou 85% dos recursos disponíveis para 2024. O banco tinha orçamento de R$ 75 bilhões para contratações com recursos da Poupança (SBPE) e, até setembro, já realizou operações que consumiram R$ 63,5 bilhões. Com R$ 11,5 bilhões para novos investimentos até dezembro, clientes têm recebido negativas em negociações avançadas, com a justificativa de escassez de recursos, conforme relatos colhidos pela reportagem.

O vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano Rosa, reconheceu haver uma falha de comunicação das agências que alegam não ter mais recursos disponíveis, mas defende a atuação do banco, que concentra quase metade dos contratos de financiamento imobiliário do País.

A partir de novembro, o banco passará a financiar, com recursos do SBPE, imóveis com valor limitado a R$ 1,5 milhão. Também mudaram os porcentuais para a cota máxima de financiamento, de 80% para 70% para amortização pela tabela SAC e de 70% para 50% com sistema Price. “A Caixa não tem responsabilidade nem capacidade de absorver toda a demanda do País (no SBPE). As medidas que tomamos são para manter a taxa de juros, pelo menos até dezembro, e dividir o bolo com mais gente”, justifica.

Brasiliano argumenta que os saques líquidos da poupança e a mudança no prazo mínimo para as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) afetaram a capacidade de outros bancos na concessão de financiamentos. A própria Caixa recalibra as regras do financiamento imobiliário para tentar evitar uma elevação nos juros.

“Outros grandes bancos estão mais limitados na hora de conceder crédito. Eles restringirem é ‘normal’ e essa demanda, que já era excedente, ficou com a Caixa. Temos, também, um aquecimento do mercado, sem dúvida nenhuma”, acrescenta o gestor.

As negativas ocorreram, inclusive, com clientes que já pagaram antecipadamente por serviços adicionais, e não terão reembolso. Há opção de migração para outro banco, mas esses clientes se preocupam com o prazo, especialmente porque não se enquadrarão às novas regras a partir de novembro, o que não estava no radar no momento da compra.

“Acho que talvez também tenha muita desinformação até de dentro dos correspondentes e das próprias unidades”, responde Brasiliano, fazendo um mea culpa. Em relação ao trabalho dos correspondentes bancários, ele explica que há casos em que o cliente só tem o crédito aprovado, mas não o financiamento com o banco.

Sobre a cobrança de taxas, ele diz que a Caixa não vende serviços, apenas exige a avaliação na assinatura do contrato. “Se teve o pagamento de alguma avaliação, pressuponho que eles já estavam finalmente ali para poder ser contratado e vai ser contratado. Porque, senão, nem poderia ter a cobrança da taxa”, completa.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SANTA CRUZ - Paciente que caiu de cavalo espera há dois dias por leito de UTI no Hospital Walfredo Gurgel

  Há dois dias, Rogério Soares, de 34 anos, aguarda por um leito de UTI nos corredores do Hospital Walfredo Gurgel, em Natal. Ele sofreu uma...