Motoristas e condutores natalenses se surpreenderam
com os preços dos combustíveis nas últimas semanas em Natal. Isso porque a
gasolina comum apresentou aumento e está chegando a R$ 6,69 por litro em alguns
postos da capital. Na última pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP), o preço médio em Natal estava em R$
6,05 por litro.
O que intrigou motoristas em Natal é pelo fato de que não houve recente
reajuste nas refinarias. O último reajuste foi no começo de julho. A última
pesquisa da ANP foi feita entre os dias 22 e 28 de setembro de 2024, colocando
o preço máximo em Natal a R$ 6,53/L e o preço mínimo em R$ 5,81/L. Ao todo, 18 postos
foram pesquisados pela ANP. O preço médio de R$ 6,05/L coloca Natal como a
sexta gasolina mais cara do Nordeste, ficando a frente apenas de São Luís (R$
5,59/L), Fortaleza (R$ 5,87/L), Recife (R$ 5,88/L) e Teresina (R$ 5,91/L). Em
nível de Brasil, a gasolina mais cara ficou em Rio Branco (R$ 7,05/L).
Nessa quarta-feira (02), a TRIBUNA DO NORTE percorreu postos das zonas Leste e
Sul de Natal e constatou o aumento nos combustíveis em diversos
estabelecimentos. Os preços variam de R$ 5,67 a R$ 6,69 por litro.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN
(Sindipostos-RN), Maxwell Flor, disse à TN que desde o início do mês passado os
postos de Natal “vinham reduzindo seus preços. Acredito eu que em movimento de
promoção e apostando na redução de preços nas refinarias. Os preços cobrados
por elas no mercado nacional tanto na Petrobras quanto nas refinarias
privatizadas estão bem acima dos valores cobrados no mercado internacional”.
“Virou o mês e essa baixa não chegou. Então é possível que alguns desses postos
não tenham segurado essa margem mais baixa e retornaram aos valores que
cobravam anteriormente”, disse.
Motoristas ouvidos pela TN apontam que os altos preços pesam no dia-a-dia para
a utilização dos veículos. Para quem trabalha com o carro, o impacto é ainda
mais significativo. É o caso de Josimar Pereira, 43 anos. Ele trabalha como
motorista de aplicativo e entregador de encomendas e aponta que “não está
compensando” rodar atualmente em virtude dos altos preços.
“Rodo só na gasolina, não está compensando. Rodar de app na gasolina não
compensa, como entregador ainda compensa porque recebo na diária. Sempre procuro
postos que tenham aplicativos que diminuam o preço por litro. Já é alguma coisa
para quem roda muito”, explica.
O motorista de aplicativo, Rafael Bernardo, 41 anos, usa o Gás Natural Veicular
(GNV), mas precisa abastecer gasolina semanalmente cerca de R$ 70. Ele cita que
se fosse trabalhar utilizando gasolina, seus ganhos cairiam em torno de 50%.
“No gás natural se eu colocar R$ 50, consigo apurar cerca de R$ 110. Meus
colegas reclamam bastante. Carros com autonomia melhor dá para alguns fazerem R$
80 de lucro”, explica, acrescentando que já entrou no serviço de aplicativo
ciente de que não conseguiria trabalhar de gasolina.
Em entrevista na semana passada, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard,
disse que a estatal pode reduzir preços dos combustíveis e anunciou um corte de
quase 10% para o querosene de aviação (QAV), a partir do começo de outubro. No
caso do diesel e da gasolina, a executiva afirmou que ambos acumulam queda de
cerca de 30% ante os valores vigentes em dezembro de 2022.
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