Se a sua cidade convive com o aumento de casos de
dengue, certamente você já ouviu o barulho do chamado “carro do fumacê” passando
na porta da sua casa. Trata-se de um inseticida dissipado para matar o mosquito
transmissor da doença, o Aedes aegypti. Até o momento, foram distribuídos
pelo Ministério da Saúde 183,9 litros aos estados para aplicação do produto nas
cidades.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente,
Ethel Maciel, explica que o fumacê é uma medida adicional no combate ao
mosquito. No entanto, segundo ela, não é o meio ideal, que deve estar sempre
focado na eliminação dos criadouros. “Quando usamos o fumacê, quer dizer que a
estratégia de prevenção não foi suficiente porque a gente está combatendo o
mosquito adulto. Temos de focar no uso de larvicidas para não deixar o mosquito
nascer. É importante que o município faça isso com o apoio dos agentes de combate
a endemias entrando na casa das pessoas, fazendo uma ação focalizada”,
orienta.
O Ministério da Saúde reforça cuidados importantes
para evitar a proliferação do vetor: remoção de recipientes nos domicílios que
possam se transformar em criadouros de mosquitos e desobstrução de calhas,
lajes e ralos.
Confira abaixo uma série de perguntas e
respostas sobre o uso do fumacê:
Do que é composto o fumacê?
O produto para aplicação espacial a ultra baixo
volume (UBV), popularmente chamado fumacê, é um inseticida com combinação de
duas moléculas (Praletrina + Imidacloprida) e solventes. Por ser uma técnica de
aplicação a UBV a frio, não há a formação de nuvem de fumaça por não haver a
queima de óleo mineral no momento da aplicação.
Como o produto age para abater o
mosquito?
O modo de ação do produto causa uma excitação no
sistema nervoso dos mosquitos após o contato do inseticida e, posteriormente, a
morte deles.
O produto faz mal à saúde humana?
Todos os inseticidas adquiridos pelo Ministério da
Saúde (adulticidas e larvicidas) são indicados pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
e têm por base normas técnicas e operacionais oriundas de um grupo de
especialistas em praguicidas que preconiza os princípios ativos desses produtos
e recomenda as doses para os vários tipos de tratamento disponíveis. É
fundamental o uso racional e seguro dos inseticidas nas atividades de controle
vetorial, tendo em vista que o seu uso indiscriminado gera impactos ambientais,
além da possibilidade de desenvolvimento da resistência dos vetores aos
produtos.
Por quanto tempo o produto fica presente
no ambiente?
Por aproximadamente 30 minutos e a depender das
condições climáticas no momento da aplicação. A nebulização espacial pressupõe
a colocação de um pequeno volume da mistura de inseticida que será diluído em
uma massa de ar infinitamente maior (em torno de bilhões de litros de ar). Este
tipo de tratamento tem apenas efeito espacial sobre mosquitos que estejam
voando ou desalojados de seus refúgios quando atingidos pelas gotas.
É necessário abrir as janelas de casa
quando o veículo do fumacê estiver passando?
Sim. Antes da aplicação é necessário realizar um
trabalho de conscientização junto à população para que as pessoas possam abrir
portas e janelas, de maneira a facilitar a entrada das gotículas no domicílio.
Para se obter maior sucesso com essa ação, as gotículas de inseticidas geradas
pelo equipamento devem penetrar no interior dos quintais e das casas, nos
locais onde os mosquitos são encontrados.
Até que ponto o fumacê pode ser eficaz,
levando em conta que o controle efetivo da proliferação do mosquito está dentro
das residências?
A aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV)
é uma estratégia de controle químico de Aedes aegypti,
sendo recomendada somente em situações excepcionais (surtos ou epidemias). Essa
ação integra o conjunto de atividades emergenciais adotadas nessas situações e
seu uso deve ser concomitante com todas as demais ações de controle ou quando o
controle preventivo não for suficiente. Também é indicado se houver necessidade
de bloqueio da circulação de fêmeas adultas em áreas onde há casos de
arboviroses notificados, para evitar a transmissão de novos casos.
Como é feita a aplicação?
Esta técnica de aplicação pode ser realizada
utilizando equipamento costal motorizado (portátil) ou equipamento veicular
pesado. Sua eficácia é limitada, uma vez que somente os insetos adultos que
estiverem em voo no momento da pulverização serão controlados. É uma técnica
recomendada para utilização durante períodos de epidemia para reduzir a
densidade de mosquitos alados e reduzir a transmissão de doenças como a dengue,
a Zika ou a chikungunya. Para aumentar a eficácia e o impacto da
estratégia, é fundamental que a eliminação de criadouros preceda a
nebulização.
Fonte: Ministério da Saúde
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