domingo, 22 de outubro de 2023

Candidato à Presidência do América, Hermano Morais, diz que quer uma gestão mais participativa

 


Tribuna do Norte

O homem que foi convocado para assumir dois mandatos tampões no América, em momentos de grave crise dentro do clube, hoje está novamente disposto a assumir o comando Alvirrubro. Hermano Morais acredita que com a experiência acumulada nas vezes em que esteve à frente do futebol, hoje lhe garante a experiência necessária para contribuir também com o novo momento que o clube está vivendo e promete montar uma parceria vitoriosa com a SAF americana. Veja os pontos mais importantes da entrevista que o candidato concedeu ao programa Bate Pronto da JP News. O programa e o jornal aguardam o candidato Souza para conceder o mesmo espaço à chapa de reeleição.

O que faz Hermano, um deputado estadual, a brigar por uma nova eleição num clube?
Eu, em primeiro lugar, sou um torcedor desde a infância do América. Eu vi o América ser campeão em 1969 no Juvenal Lamartine. Então, sempre compareci aos jogo do América, frequentava a sede como sócio desde pequeno, fui atleta de natação. Mas o amor pelo futebol sempre falou mais alto. Então, depois de algum tempo, fui convidado para participar do Conselho da Liberativo. Eu sempre colaborei com as atividades do clube. Em 2011, era um momento de crise muito forte no clube, relativa a questão financeiras. O clube tinha sofrido uma renúncia do presidente, o vice-presidente também não se sentiu confortável. De surpresa fui convocado para assumir a direção americana, o que para muita gente era uma loucura, porque há 30 dias da competição, na época Série C, que era a última divisão do Campeonato Brasileiro, nós não tínhamos uma equipe formada, não tínhamos onde jogar, porque o Machadão estava sendo demolido para se construir a Arena das Dunas para a Copa do Mundo, e aí foi aquele desafio grande, mas eu sou movido a desafio, e aí assumimos a direção do clube e no esforço de muitos, nós conseguimos, jogando em Goianinha, que nos recebeu muito bem no Nazarenão, conquistamos o acesso à Série B. Naquela ocasião também lançamos a pedra fundamental da Arena América, junto com o doutor José Rocha, que muito merecidamente também foi homenageado dando o nome ao nosso estádio. Foi uma experiência de apenas sete meses e o convite de todos para que eu pudesse ter um mandato completo nos dois anos seguintes, mas naquela ocasião, em 2012, eu já tinha um projeto político que era de ser candidato a prefeito Natal e eu não achava que não dava para misturar duas coisas.

Como foram suas outras passagens pelo clube, trabalhando direto com o futebol?
Em 2015, o então presidente Gustavo Carvalho teve um problema de saúde, se afastou, o vice-presidente, tinha também renunciado e aí, novamente, me convocaram no ano do centenário e nós fomos para lá, outra vez ajudar. Foram poucos meses de gestão também no centenário, foi um ano glorioso para o América, o time foi campeão do centenário, ainda desenvolvemos uma grande programação para comemorar um ano histórico para o clube. Naquela ocasião, também na parceria com a Casa Cor, fizemos a última grande reforma da sede social do clube. O América permaneceu na série C, não tivemos o êxito que nós desejávamos, chegamos muito perto de subir para Série B. Nós cumprimos nossa missão e deixamos a América lá de pé. Agora, já na época da Covid, nós percebemos e fomos procurados pelo então presidente Ricardo Valério, que tinha sido acometido uma Covid muito forte e estava meio atordoado, com a responsabilidade de colocar o time em campo. No período, não havia nem condição de patrocínio, porque além da crise da saúde pública, não tinha dinheiro no mercado. Os jogos eram com os portões fechados. Então era um desafio completo, e nós fomos junto lá com Paulinho Freire, com Alex Padang, ajudar no futebol. Por um resultado, o último resultado, nós não conseguimos deixar a América na Série C. Perdemos, mas deixamos nossa contribuição. O que eu quero dizer com isso? É que eu nunca tive mandato completo na América. Sempre a gente ajudou. E agora vem esse novo desafio, um momento de mudança no América. É algo novo, que vem sendo experimentado por alguns clubes brasileiros.

Como o América pretende se relacionar com os novos gestores?
O futebol vai ficar com a SAF, mas o América, sócio minoritário, com 20%, quer participar dessa gestão e a gente quer disse isso aos diretores da Hipe, que estão conduzindo o futebol e vão representar um grupo de investidores. Investidores, que nós queremos junto eu chegar à presidência do América, onde não vamos chegar sozinhos, estamos ao lado de um outro grande americano, Francisco Sobrinho, com muito serviço prestado ao América, responsável desde o início da construção da Arena América, sempre ajudou em todas as gestões, tem um ótimo relacionamento com o pessoal da SAF, que já o procurou, porque no contrato feito com a SAF vão acontecer investimentos no nosso centro de treinamento e no complexo do estádio. Caberá ao América acompanhar como sócio minoritário o desenrolar das negociações e colaborar, e cobrar também o que está posto nos contratos. O novo presidente do América vai ter cuidado com o patrimônio do clube, com a vida social, cultural do clube, do patrimônio, dos investimentos. Temos algumas ideias para implementar em nossa sede social visando que ela volte a funcionar melhor, com mais participação do público. Vamos recuperar e modernizar o salão de festa, o salão de eventos lá em cima, os dois hoje praticamente fechados, que poderão se transformar em renda para o clube e uso também para os associados.

Você sabe como irá pegar o clube em termos financeiros?
Não conseguimos analisar esses números porque o conselho deliberativo ainda não teve a oportunidade de analisar nenhuma das prestações de contas da gestão atual. Nos últimos dois anos nada chegou às mãos dos conselheiros, estes números, segundo consta, ainda estão com o conselho fiscal. Já estamos no fim de uma gestão e até agora nada.

Quais serão os nomes que vão acompanhar Hermano nessa nova empreitada?
Ninguém faz nada sozinho e nós, além do vice muito bem escolhido, Francisco Sobrinho, um engenheiro civil com muita experiência ótimo de trânsito com todos no América e até fora do clube e um profissional muito dedicado ao América, responsável técnico inclusive desde o início da obra da Arena América. Mas nós temos uma diretoria com uma boa base de apoio, composta de conselheiros já antigos, alguns ex-presidentes que têm serviços prestados ao clube, e temos também a visão de que precisamos formar novos quadros para o América. Então eu gostaria de destacar também alguns apoios à nossa chapa de pessoas que estão conosco, é o caso do Abdenio, Alisson, Thales, Victor Hugo e do Carlos Alberto que, inclusive, ajudaram no início dessa gestão, estão conosco e vão participar da nossa equipe, eles são grandes americanos, é assim que nós vamos fazer, a nossa chapa, que vai ser a chapa 1, porque foi a primeira escrita, tem o nome Gestão com Transparência, nós vamos mensalmente divulgar balancetes com todas as receitas, todas as despesas, nós vamos discutir cada projeto nosso com o conselho deliberativo, com o conselho fiscal, como deve ser.

Em relação aos pontos discordantes, quais deles levaram ao surgimento de uma oposição no América?
Nós queremos, primeiro, uma gestão mais participativa. Nós queremos a participação de todos, inclusive daqueles que hoje nós disputamos essa eleição. Nós vamos passar a eleição, e eu quero dizer aqui publicamente o que já disse a Souza, atual presidente, uma pessoa que eu muito admiro, não só como um grande atleta do América, um grande jogador de futebol, mas como pessoa humana, em termos administrativos nós temos discordâncias com a gestão dele, não é a pessoa dele. Deixando bem claro, porque tem gente querendo fazer intriga, fofoca, e nós não somos disso. E nem vamos fazer nenhuma campanha leviana. Mas nós queremos uma participação maior de tudo, de forma descentralizada, sempre foi assim, eu sou bancário aposentado da Caixa, eu gerenciei agências grandes e sempre delegando funções e cobrando para tudo funcionar da melhor maneira. Prestando contas também com maior transparência. Vamos nos dedicar também à questão do esporte amador, o América já teve muitas conquistas, no futsal, por exemplo, que é uma prioridade nossa. Já tivemos times com destaque nacional, em nível regional eram das melhores equipes, nós vamos voltar a investir no futsal, essa vai ser uma prioridade da nossa gestão. Nós vamos fazer também o memorial do clube, que se trata de uma instituição centenária.

Como será o tipo de cobrança com a SAF?
O América não nasceu hoje, é isso que eu gosto de dizer também, a SAF chega com uma novidade para somar com o clube. É um grupo de investidores, quem investe quer lucro, mas tem obrigações também, por isso que a gente quer ter uma relação próxima, acompanhando, ajudando e cobrando também quando necessário, porque o América que tem no seu nome o futebol, merece uma equipe competitiva e vitoriosa. A primeira experiência agora, quando o grupo da SAF ajudou o América, não foi feliz, contratou muito e caro e o resultado foi um desastre, o América caiu infelizmente para a Série D, tinha saído e voltou, então nós vamos querer ajudar nisso também. Queremos ser ouvidos, o América passa a ser agora sócio minoritário com uma participação de 20%, mas a gente quer ouvir, quer falar, quer ser ouvido, quer sugerir e contribuir.

 

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