A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte
(Sesap) anunciou nesta quinta-feira (17) que deverá abrir 35 leitos em até dois
meses como uma das medidas necessárias para reduzir a superlotação do Hospital
Walfredo Gurgel, em Natal.
Na manhã desta quinta-feira (17), 19 pacientes
estavam nos corredores da maior unidade hospitalar do estado, por falta de
leitos.
A proposta de acordo foi apresentada dentro de um
processo judicial de 1999 e aprovada pelo Ministério Público. Com isso, o
acordo deve ser homologado pelo Poder Judiciário.
A previsão é de abertura de 20 leitos de ortopedia,
a curto prazo, no Hospital Dioclécio Marques, em Parnamirim, na Grande Natal. A
expectativa é de que isso possa ocorrer em até 15 dias.
A médio prazo, o estado ainda prevê a abertura de 15
leitos no quinto andar do Hospital Walfredo Gurgel, o que ainda depende de
convocação de aproximadamente 50 profissionais concursados. A previsão do
governo é de seriam necessários dois meses para abertura desses leitos.
Segundo a secretária de Saúde, Lyane Ramalho, a
convocação dos concursados só poderá ocorrer com a homologação do acordo na
Justiça, para não ferir o limite prudencial de gastos com pessoal previsto na
Lei de Responsabilidade Fiscal.
"A gente sai desta manhã com muita esperança
inclusive de, nesses próximos dias, a gente estar numa outra situação aqui, de
avançar para uma estabilidade, de termos corredores vazios, sabendo que esse é
o maior hospital do estado e de vez em quando a gente vai ter ciclos de maior
pressão aqui na porta do Walfredo Gurgel", disse a secretária.
Lyane Ramalho, ainda reforçou que municípios da
região metropolitana precisam atender a demanda de pacientes ortopédicos de
baixa complexidade, que têm sido atendidos pelo hospital, embora não façam
parte do perfil de atendimento da unidade.
"A gente ainda precisa resolver o problema da
barreira sanitária ortopédica, que é a instalação de serviços que possam
atender pacientes que estão entrando aqui no Walfredo Gurgel e que não são
perfil do Walfredo Gurgel", ressaltou.
De acordo com o diretor do hospital, Tadeu Alecar,
as medidas anunciadas deverão contribuir para o esvaziamento dos corredores. O
aumento de leitos significa também o aumento de cirurgias, segundo explica.
Atualmente a unidade não teria condições de aumentar o número de cirurgias
realizadas diariamente, porque não tem para onde mandar os pacientes operados.
"Ajuda muito, mas a gente sabe que a solução
definitiva é com os municípios, principalmente Parnamirim, Macaíba e São
Gonçalo do Amarante, que precisam ficar com os pacientes da baixa complexidade
em ortopedia, que é o que está superlotando nossos corredores e não é nosso
perfil. Nosso perfil é AVC, politraumatizados e grandes queimados. Fraturas de
braço, de perna, fraturas simples, têm sido 70% dos nossos atendimentos",
disse o diretor.
A promotora Iara Pinheiro, do Ministério Público,
considerou que o prazo apresentado pelo estado é razoável e foi favorável ao
acordo.
"O prazo de até 60 dias é muito satisfatório,
que atendeu às expectativas do Ministério Público como sendo uma resposta
viável e possível para o enfrentamento real desse problema", considerou.
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