Fonte Gustavo Negreiros
A Câmara Municipal de
Natal promoveu, na manhã desta quinta-feira (17), uma audiência pública para
tratar da exploração no trabalho de mendicância infantil. A iniciativa decorre
em resposta a quantidade exacerbada de crianças nas ruas e nas entradas dos
estabelecimentos comerciais na capital potiguar.
A audiência contou com
a apresentação de casos concretos relatados nessas ocorrências pelo setor de
segurança de entidades convidadas e debateu também o caminho a ser feito para
fazer com que a criança seja retirada dessa situação e encontre outra
realidade.
“A nossa preocupação
maior é com a exploração do trabalho infantil. Uma prática inaceitável. Em
relação a nossa abordagem, quando identificamos os casos, tratamos de maneira
formal e educada com a intuição de ganhar a confiança dessas crianças. Temos
o nosso setor específico que dá total assistência. Quando pegamos a criança e
começamos a conversar, é que percebemos que quem está à frente dela, na maioria
das vezes, não é um parente. Existe o caso até da criança nem conhecer o adulto
que se diz responsável por ela. Um exemplo que nos chamou atenção foi com uma
criança de 7 anos que abordamos por volta das 22 horas. Ela estava com a
caixinha de jujuba. Tinha uma meta para cumprir", relatou Douglas
Silva, responsável pelo setor de segurança do Shopping Midway Mall.
A vereadora Nina Souza
(PDT) destacou que o principal objetivo da discussão do tema é traçar algumas
medidas para que realmente essa prática seja proibida. Pontuou que por trás do
trabalho infantil, existe um explorador e observou que a Câmara precisa fazer a
sua parte no sentido da elaboração de projetos.
“Todos nós que moramos
aqui em Natal, e andamos nas quatro regiões, estamos assustados e preocupados
com a quantidade exacerbada de crianças nos canteiros e nos sinais. Muitas
vezes estão ali protegidos apenas por outras crianças e a gente percebe claramente
que são colocadas ali por adultos, que ficam à margem, olhando de longe,
escondidos. Então essa prática, nós entendemos que é errada. Nós defendemos que
lugar de criança é na escola. A criança não pode, em horário escolar, está em
ruas arriscando ser abusada ou atropelada. E pior sendo usada por adultos que
alugam essas crianças por R$ 30 para que elas executam essa prática de pedir
dinheiro", destacou a vereadora.
Os vereadores Nivaldo
Bacurau (PSB), Camila Araújo (União Brasil) e Felipe Alves (União Brasil)
também participaram da audiência.
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