Tribuna do Norte
O superfaturamento do valor pago para realização de
cirurgias ortopédicas pelo Rio Grande do Norte pode chegar a 30%, afirma a
superintendente adjunta do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade),
Fernanda Garcia Machado. De acordo com ela, em geral, onde há atuação de um
cartel, os valores podem aumentar entre 15% e 30%, embora ainda seja cedo para
especificar os números. A investigação apurou que o Estado pagou um total
aproximado de R$ 7,4 milhões.
Não foi especificado, no entanto, em quais hospitais
as cirurgias foram realizadas ou a identidade dos envolvidos, já que a
investigação continua e alguns mandados estão sendo realizados. O Conselho de
Medicina não foi acionado para manter o sigilo da investigação, segundo o
Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN).
Segundo o MPRN, as investigações foram iniciadas em
2019. O Orgão apurou que o grupo, através de articulação ilícita, criava
demandas judiciais com o direcionamento de cirurgias emergenciais de escoliose.
Na judicialização, eles obtinham vantagem econômica fraudulenta através do
superfaturamento no fornecimento de órteses, próteses e materiais especiais
(OPME) para realização de procedimentos cirúrgicos em prejuízo da administração
pública.
Ao todo, 46 processos abertos pelas advogadas foram
apurados. Desses, 42 cirurgias foram realizadas pela clínica de
propriedade do médico investigado. Essa clínica era utilizada para a realização
de reuniões do médico e advogadas com os pacientes.
Duas advogadas e um médico ortopedista são suspeitos
de participarem do esquema fraudulento, juntamente com sócios e funcionários de
empresas de fornecimento de material cirúrgico. Ainda não foi divulgado se os
envolvidos são potiguares.
A operação, denominada “Escoliose”, cumpriu 24
mandados de busca e apreensão nas cidades de Natal, Recife (PE), Camaragibe
(PE), João Pessoa (PB) e Campina Grande (PB). Além do MPRN e do Cade,
participaram da ação os Ministérios Públicos de Pernambuco (MPPE) e da Paraíba
(MPPB); as Polícias Militares dos três Estados e ainda a Polícia Civil
pernambucana.
O que é?
Cartel trata-se de um acordo comercial entre
empresas, que visa à distribuição entre elas das cotas de produção e do mercado
com a finalidade de determinar os preços e limitar a concorrência.
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