Coluna Na Mira – Metrópoles.
Além da pilha de dinheiro em um cofre,
a Polícia Federal, no âmbito da Operação Hefesto, encontrou também um
remédio usado para tratar disfunção erétil. A soma dos valores ainda não foi
divulgada pela corporação. Veja o vídeo acima:
A coluna apurou que um dos assessores do presidente
da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi alvo de mandado de busca e
apreensão. Os agentes apreenderam documentos em endereços ligados a Luciano
Cavalcante, em Brasília. O investigado está lotado na Liderança do partido
Progressistas (PP).
A ação da PF teve apoio da Controladoria-Geral da
União (CGU). O objetivo é desarticular organização criminosa suspeita de fraude
em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas, com recursos destinados pelo
Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) para compra de kits de
robótica.
As fraudes e o superfaturamento, segundo a CGU,
geraram prejuízo aos cofres públicos de R$ 8,1 milhões, além de sobrepreço, com
fraude que pode chegar a R$ 19,8 milhões — em relação às despesas até então
analisadas. Durante a operação, os policiais encontraram, ainda, grande quantia
de dinheiro na casa de alvos, em Brasília e Alagoas.
Mais de 110 policiais federais e 13 servidores da
CGU cumprem 27 mandados judiciais de busca e apreensão nesta manhã: 16 em
Maceió, oito em Brasília, um em Goiânia, um em Gravatá (PE) e um em São Carlos
(SP), além de duas ordens de prisão temporária na capital federal, todos
expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Alagoas.
Os crimes teriam ocorrido entre 2019 e 2022, durante
processos licitatórios, adesões a atas de registro de preços e celebrações
contratuais para fornecimento de equipamentos de robótica a 43 municípios
alagoanos. Os recursos aplicados ou previstos seriam de natureza federal, oriundos
do FNDE.
As contratações teriam sido ilicitamente
direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica,
segundo as investigações, por meio da inserção de especificações técnicas
restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de
outros licitantes.
Além das ordens cumpridas na operação desta
quinta-feira (1º/6), a Justiça determinou o sequestro de bens móveis e imóveis
dos investigados, no valor de R$ 8,1 milhões, bem como a suspensão de processos
licitatórios e de contratos administrativos celebrados entre a empresa
fornecedora investigada e os municípios alagoanos que receberam recursos do
FNDE para compra dos equipamentos de robótica.
A PF identificou, ainda, que sócios da empresa e
outros investigados efetuaram movimentações financeiras para pessoas físicas e
jurídicas sem capacidade econômica compatível ou pertinência no ramo de
fornecimento de itens de robótica. As ações podem indicar ocultação e
dissimulação de bens, direitos e valores provenientes de atividades ilícitas.
Algumas dessas transações eram fracionadas em
valores individuais, abaixo de R$ 50 mil, com fim aparente de burlar o sistema
de controle do Banco Central. Após as transações, ocorriam saques em espécie e
entregas dos valores aos destinatários.
Operação Hefesto
O nome da ação faz referência ao deus da tecnologia,
do fogo, dos metais e da metalurgia, segundo a mitologia grega, em alusão aos
equipamentos de robótica objetos das contratações públicas feitas pelos
municípios alagoanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário