A população ocupada no País, com alguma atividade
profissional, com ou sem registro em carteira de trabalho, avançou 7,5% em
julho e chegou a 100,2 milhões de pessoas, na comparação com o mesmo período de
2021. O dado é recorde na série iniciada em janeiro de 2012, segundo a nota
'Desempenho Recente do Mercado de Trabalho e Perspectivas', elaborada pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo aponta uma melhora
generalizada na ocupação, abrangendo todas as regiões, todos os segmentos etários
e educacionais e quase todos os setores da economia.
Os dados mensais são calculados pelo Ipea, a partir
da série trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A
alta da ocupação vem sendo o principal fator responsável pela melhora na taxa
de desocupação, que recuou pelo décimo quarto mês consecutivo, chegando a 8,9%
em julho, o menor patamar desde julho de 2015. Em julho de 2021, a taxa de
desemprego estava em 12,8%, diz Ipea. A população desocupada recuou 28,7% entre
julho de 2021 e 2022 – quase 4 milhões a menos –, passando de 13,6 milhões para
9,7 milhões no período analisado.
O cálculo dos fluxos de transição dos indivíduos no
mercado de trabalho indica que o aumento da população ocupada se deve à redução
do fluxo de saída da ocupação, que recuou entre o 1º e o 2º trimestres de 2022.
Essa queda no fluxo de saída no segundo trimestre de 2022 é explicada tanto
pelo recuo no fluxo da ocupação para o desemprego – que passou de 2,3% para
1,7% –, quanto pelo fluxo de saída da ocupação para a inatividade – que caiu de
4,8% para 4,2%.
O estudo mostra ainda que, no segundo trimestre de
2022, o aumento da ocupação ocorreu de forma mais intensa entre os
trabalhadores mais jovens (15,1%) e os mais idosos (18,0%). No que diz respeito
à escolaridade, a queda mais acentuada da taxa de desocupação, novamente,
aconteceu entre os trabalhadores com ensino superior, cuja alta da ocupação
(4,1%) foi maior que a observada na força de trabalho (0,2%).
A análise setorial revela que, à exceção dos grupos
“agricultura” e “administração pública”, todos os demais setores pesquisados
pelo IBGE apresentaram, no segundo trimestre de 2022, crescimento interanual da
ocupação, com destaque para os segmentos de “alojamento e alimentação” (19,9%)
e “serviços pessoais” (15,0%).
Os indicadores de subocupação e desalento ratificam
o cenário de recuperação do mercado de trabalho. No mês de julho, os
trabalhadores que se declararam subocupados correspondiam a 6,1% do total da
ocupação, ou seja, resultado 2,2 pontos percentuais inferior ao registrado em
julho de 2021. Por sua vez, a proporção de desalentados em relação à população
fora da força de trabalho recuou de 4,4% para 3,6% entre julho de 2021 e de
2022.
A melhora do mercado de trabalho ocorre também de
forma qualitativa, tendo em vista que, embora a maior parte das novas vagas
ainda esteja sendo gerada nos segmentos informais da economia, é clara a
trajetória de forte crescimento do emprego formal. No trimestre móvel encerrado
em julho, de acordo com a PNAD Contínua, o contingente de trabalhadores sem
carteira no setor privado cresceu 19,8%, enquanto o de ocupados com carteira no
mesmo setor avançou 10%, na comparação interanual.
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