A Justiça Federal, em decisão da 1ª Vara Federal do
Rio Grande do Norte, prorrogou por mais seis meses os prazos para aplicação de
R$ 24,4 milhões em reformas e ampliações de hospitais da rede estadual.
Os contratos são geridos pela Caixa Econômica
Federal e os recursos são oriundos de 16 emendas parlamentares, a serem
complementados por mais R$ 6,4 milhões – oriundos do orçamento estadual. Com
isso, no total deverá ser mais de R$ 30 milhões investidos.
A decisão judicial foi publicada na manhã desta
segunda-feira (26) e atende a um pleito do Governo do Estado e da Secretaria de
Estado da Saúde Pública (Sesap) contrário ao entendimento da Caixa Econômica
Federal, que havia rescindido todos os contratos sem atender aos pedidos de
prorrogação estadual.
O juiz pontuou na sentença que o caso poderia ter
sido resolvido pela Caixa antes de ser levado à esfera judicial, visto que
segundo o magistrado o banco possui normas internas que permitiriam a extensão
dos prazos.
"Nesse contexto, é de se ponderar se os pedidos
de prorrogação, realizados pelo Estado do Rio Grande do Norte, não poderiam ter
sido deferidos no âmbito administrativo? Penso que sim. Com efeito, a rescisão
dos contratos de repasse em questão, voltados à melhoria das ações de saúde no
Estado do RN, contratos estes de extrema relevância para a população potiguar
mais carente, poderia e deveria ter sido evitada, conservando-se, assim, o
interesse público primordial quanto à aplicação de tal verba, porquanto havia
amparo normativo para o deferimento dos pleitos de prorrogação realizados pelo
autor junto à ré", destaca a sentença.
A decisão destacou ainda as condições enfrentadas
pelo Estado para atender às exigências durante a pandemia da Covid-19 e a epidemia
de arboviroses – dengue, zika e chikungunya –, além de registrar o investimento
feito gestão estadual na contratação de empresas para elaborar os projetos
executivos das reformas e ampliações de hospitais apresentados à Caixa.
"Na medida em que a rescisão dos contratos em
questão, além de inviabilizar por completo o objetivo maior do dinheiro público
objeto dos repasses, que é aplicação na melhoria das instalações/ações de saúde
do Estado do RN, em prol da população potiguar, representa verdadeiro desperdício
da verba pública que já foi aplicada", afirma.

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