Quanto vale uma disputa política? Para dois empresários maranhenses, a resposta está registrada em cartório: Artu Oliveira e Gildenberg de Sá apostaram R$ 800 mil cada na vitória de Lula (PT) ou Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano.
Para validar a aposta, a
dupla moradora de Grajaú, cidade localizada a 580 km de São Luís,
contou que reconheceu firma das assinaturas do contrato que
especifica os termos da aposta.
Artu declarou voto no
candidato petista e está certo de que o ex-presidente terá êxito nas
urnas; em 2018, ele tinha outro candidato: votou em Bolsonaro.
Já Berguinho, como é
chamado Gildenberg, está seguro de que Bolsonaro levará as eleições já no
primeiro turno. Tal qual o amigo, ele votou em Bolsonaro em 2018.
Pelos termos do
documento, quem acertar o resultado ganha a bolada quase milionária.
Artu colocou em disputa
uma chácara de 23 hectares, localizada a 41 km de Grajaú, avaliada em
R$ 800 mil. Já Berguinho, empresário do ramo da mineração, que acredita na
reeleição de Bolsonaro, apostou 11.111 toneladas de pedras de gesso –
também no valor de R$ 800 mil.
A aposta foi feita em 1º
de setembro e formalizada no 1º Ofício do Cartório do município. Entre as
cláusulas do contrato está uma exceção: caso qualquer um dos candidatos saia da
disputa, o acordo será desconsiderado.
De onde surgiu a aposta
Artuzinho, como Artu é
conhecido na região, contou ao g1 que a chácara não foi a primeira
aposta das eleições. “Começou com um cavalo de vaquejada, que vale R$ 40 mil”.
Ele disse que a maioria das apostas acontece na base da palavra e da confiança.
“São amigáveis, não vai ter briga. Quem ganhar, vai levar”, garantiu.
Desde então, segundo
ele, foram mais de R$ 700 mil em apostas que envolveram outros tipos
de bens, como gados
reprodutores, carros, caminhões, ouro, dinheiro vivo e
até uma tonelada de carne vermelha.
Logo a fama tomou conta da
região: “Comecei a ser desafiado”.
De um desses desafios nasceu
a aposta envolvendo Berguinho. O apoiador de Bolsonaro só aceitou entrar na
‘brincadeira’ porque a promessa foi registrada em cartório. “Mesmo
assim, minha esposa, alguns familiares e amigos ficaram
abismados quando ficaram sabendo, mas eles me apoiam. Só não contei
para meu pai ainda. Vou falar só depois das eleições. Muita gente só acreditou
depois que viu o documento”, afirmou ao g1.
Amizade acima de tudo
Tanto Artuzinho quanto
Berguinho colocaram a amizade acima das divergências políticas. “Nós vivemos
numa democracia. Tenho amigos do PT, do Bolsonaro. Acho que devemos respeitar”,
disse Gildenberg.
Se ganhar a aposta,
Berguinho falou que vai fazer um churrasco e convidar Artu para a comemoração.
“Se perder, vou apertar a mão dele”.


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