FolhaPress
A Polícia Federal realizou, nesta quarta-feira (18),
duas operações contra fraudadores do auxílio emergencial, o valor de
R$ 600 mensais pago pelo governo federal em razão da crise econômica decorrente
da pandemia do coronavírus.
Com as duas ações desta quarta, uma no Distrito
Federal e outra na Bahia, a PF contabiliza nas últimas três semanas quatro
operações contra grupos que conseguiram sacar o benefício mediante fraude. No
período, houve ações também em São Paulo, Rio de Janeiro e Tocantins. Em
outubro, foram pelo menos outras cinco. A polícia ainda não consolidou o valor
desviado em todos esses casos.
De acordo com as investigações, conduzidas nas
superintendências regionais da corporação, o crime tem semelhanças nos
diferentes casos: golpistas usavam o nome de terceiros para abrir contas
bancárias e solicitar o auxílio emergencial.
Assim atuavam os alvos da Operação Resiliência,
deflagrada nesta quarta no Distrito Federal. Foram expedidos 14 mandados de
busca e apreensão, cumpridos por policiais federais e civis em duas cidades
distantes cerca de 20 quilômetros do centro de Brasília.
Os agentes recolheram cartões bancários, listas com
CPFs, chips de celular, telefones e notebooks, material encaminhado para a
perícia. Os suspeitos são investigados também por outras fraudes bancárias,
como desvios do FGTS e do INSS.
Cinco pessoas foram presas em flagrante, duas por
tráfico de drogas e três por posse ilegal de arma de fogo. Na casa de um dos
investigados, a PF apreendeu carros de luxo.
Na Bahia, o alvo foi um soldado do Exército, suspeito
de utilizar informações de pessoas com direito a receber o auxílio
emergencial e, sem o seu conhecimento, realizar o cadastro para
recebimento da renda mínima paga pelo governo.
Em seguida, o investigado transferia os valores para
sua própria conta, por meio de boletos bancários. Nos dados analisados,
referentes a apenas uma semana, verificou-se que o militar cadastrou pelo menos
13 contas de forma fraudulenta, resultando num desvio de mais de R$ 10 mil.
Os investigadores estimam que a fraude seja muito
maior, na medida em que os dados se referem a um curto período analisado, e
também apenas aos casos em que as vítimas formalizaram a contestação junto à
Caixa Econômica Federal.
O mandado de busca visava a apreensão de documentos,
computadores, celulares e quaisquer outras provas que reforcem as suspeitas.
Além da busca, segundo a PF, foram determinadas também a quebra do sigilo
bancário do investigado e o bloqueio de valores depositados em sua conta.
Os investigadores estimam que a fraude seja muito
maior, na medida em que os dados se referem a um curto período analisado, e
também apenas aos casos em que as vítimas formalizaram a contestação junto à
Caixa Econômica Federal.
Comprovadas as fraudes, os golpistas podem responder a
crimes como estelionato, furto e, a depender do caso, organização criminosa,
resultando em penas que podem chegar a oito anos de prisão.
No mês de julho, em razão do grande número de
comunicações de irregularidades, a Caixa e o Ministério da Cidadania definiram
uma estratégia para a identificação e responsabilização penal de fraudadores do
auxílio emergencial.
A Caixa ficou encarregada de remeter informações à PF
sobre situações suspeitas para integrar a Base Nacional de Fraudes ao Auxílio
Emergencial, criada pela polícia para auxiliar nas investigações de grupos
criminosos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário