Um ano e quatro meses após o assassinato de uma mãe
grávida e de sua filha de apenas 4 anos, o crime não é esquecido na
comunidade Currais, na zona rural de Nísia Floresta, região metropolitana de
Natal. A família das vítimas fez um protesto no fim da tarde desta quarta-feira
(21) contra a soltura de um dos acusados pelo crime.
Usando cartazes e camisetas e homenagem à mulher, à
menina e ao bebê que ainda estava na barriga, os familiares pediram justiça. O
crime aconteceu no dia 2 de junho de 2019. A família voltava de uma fazenda em
uma bicicleta, quando foi cercada e baleada por dois criminosos que tinham
armado uma emboscada e estavam escondidos em um matagal.
Mayara Maria da Silva estava grávida de 4 meses e
morreu aos 20 anos. A filha dela, Lara Emily da Silva Lima, de 4 anos, também
foi assassinada. As duas foram mortas ao lado do pai da menina, que, segundo a
polícia, era o verdadeiro alvo dos criminosos, por causa de um desentendimento.
O homem foi baleado, mas sobreviveu.
"Elas nunca fizeram mal a ninguém. Isso que eles
fizeram não tem perdão. Não tem perdão. A gente quer Justiça, quer os
assassinos atrás das grades", disse Josielma Modesto da Silva, irmã de
Mayara.
O crime aconteceu na rodovia RN-002, perto da
comunidade onde a família morava. No local, há duas cruzes com os nomes das
vítimas. A família ainda fez uma capela em homenagem à mãe e filha.
Os principais suspeitos do crime são um homem adulto e
um adolescente
que, na época, tinha 16 anos e também foi apreendido. A casa
de um deles chegou a ser queimada por pessoas revoltadas com o
crime, no dia do sepultamento das vítimas.
A defesa do homem pediu e a Justiça atendeu a
revogação da prisão no último dia 13 de outubro. O argumento foi de que ele
estava preso há cerca de 1 anos, sendo réu primário e que existe dúvida sobre a
real autoria do crime.
Na Comarca de Nísia Floresta, com parecer favorável do
Ministério Público, o juiz Tiago Neves Câmara revogou a prisão e estabeleceu
condições ao preso, como usar tornozeleira eletrônica, comparecer a todos os
atos do processo e permanecer em casa das 20h às 6h e nos fins de semana.
A família das vítimas ficou revoltada com a decisão,
diz que o crime foi bárbaro e que o homem deveria permanecer na cadeia.
"Eu não consigo dormir, eu tenho insônia depois do que aconteceu. Eu tenho
uma irmã que é depressiva. A gente sofre muito por causa disso", disse
Neide Maria, irmã da Mayara.

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