Agência Brasil
A Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira (03), 53
mandados judiciais contra suspeitos de desviar mais de R$ 40 milhões do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), entre julho de
2012 e outubro de 2019. Entre os alvos da investigação está o atual secretário
de Transportes do Distrito Federal, Valter Casimiro. Servidor de carreira do
Dnit, Casimiro foi diretor de Infraestrutura Aquaviária da autarquia de 2014 a
2015, quando assumiu a diretoria-geral do departamento. Posteriormente, foi
ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil do governo Michel Temer.
Nove mandados de prisão temporária e 44 de busca e
apreensão estão sendo executados em endereços associados aos investigados no
Distrito Federal, Goiás, Paraná e em São Paulo. Batizada de Operação Circuito
Fechado, a ação é um desdobramento da Operação Gaveteiro, deflagrada em
fevereiro. Na ocasião, a PF revelou que estava apurando a suspeita de desvio de
mais de R$ 50 milhões do Ministério do Trabalho, por meio da contratação
irregular de uma empresa de tecnologia de informação – a mesma que, agora, é
suspeita de envolvimento com supostas irregularidades em três contratos do
Dnit, autarquia vinculada ao Ministério da Infraestrutura.
Em nota divulgada nesta quinta (03), a PF informou que
a análise do material apreendido durante a Operação Gaveteiro aponta para a
existência de uma organização criminosa da qual fariam parte empregados da
principal empresa suspeita e servidores públicos.
Segundo os investigadores, os servidores cooptados
pelo esquema forjavam a necessidade de órgãos públicos contratarem serviços de
tecnologia de informação e, depois, fraudavam os processos licitatórios de
forma a favorecer a empresa alvo das duas operações da PF, impedindo a
contratação de outras concorrentes.
Além de autorizar o cumprimento dos mandados de prisão
e de busca e apreensão, a Justiça Federal determinou o bloqueio de cerca de R$
40 milhões das contas dos investigados e o sequestro de seis imóveis e 11
veículos. Caso as irregularidades se confirmem, os envolvidos responderão pelos
crimes de peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude à
licitação, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva, com
penas que, se somadas, podem ultrapassar 40 anos de prisão.
Dnit
Em nota, o Dnit esclareceu que está contribuindo com a
investigação. Segundo a autarquia, órgãos de controle interno realizaram
procedimentos de apuração preliminares tão logo o Tribunal de Contas da União
(TCU) apontou problemas em contratos de TI, encaminhando suas conclusões aos
Ministério da Infraestrutura e demais órgãos.
“Portanto, a atual gestão foi responsável, não só por
descontinuar o contrato de prestação do serviço, bem como atuou para que as
eventuais ilicitudes estejam, hoje, sendo objeto de apuração pelos órgãos responsáveis”,
informou a autarquia, garantindo que pauta sua atuação por princípios éticos da
administração pública.
A Agência Brasil tentou contato com Valter Casimiro,
mas não teve retorno.

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