segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Toffoli viajou em jatinho com advogado de diretor do Master

 


O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o advogado Augusto Arruda Botelho, ex-secretário nacional de Justiça, pegaram carona no mesmo jatinho para assistir a final da Libertadores em Lima, no Peru, disputada no dia 29 de novembro. Botelho é advogado do diretor de compliance do Banco Master, Luiz Antonio Bull, que foi preso na Operação Compliance Zero e agora está em liberdade provisória com tornozeleira eletrônica. Toffoli é o relator da investigação sobre as suspeitas de fraudes financeiras da instituição na Corte.

Palmeirenses, Toffoli e Botelho viajaram juntos no voo privado do empresário Luiz Oswaldo Pastore, um amigo em comum. Ao todo, 15 pessoas estavam na aeronave, entre elas o ex-deputado Aldo Rebello. A viagem foi revelada por Lauro Jardim, no jornal O Globo, e confirmada pelo Estadão por um dos participantes do voo, que pediu anonimato.

Na ocasião, Toffoli ainda não era o relator do processo, que ainda não havia sido distribuído ao gabinete do ministro, que foi sorteado para a função.

Procurados pelo Estadão, o advogado e o ministro não quiseram comentar a viagem. Aldo Rebello também foi procurado, mas não atendeu a reportagem.

Toffoli colocou o processo do Master em sigilo no último dia 3.

O ministro recebeu o processo da Justiça Federal a pedido da defesa de Daniel Vorcaro, dono do Master, depois que a Polícia Federal apreendeu, em um dos endereços do banqueiro, um envelope com o nome do deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA). O STF é o tribunal responsável por processar e julgar parlamentares.

O deputado alegou que participou da constituição de um fundo para construir um empreendimento imobiliário em Trancoso, em Porto Seguro (BA), e por isso foi procurado por Vorcaro. Segundo ele, o empresário manifestou interesse em comprar uma parte do empreendimento, mas o negócio não foi adiante.

Como mostrou o Estadão, investigadores da PF entendem que, até agora, não existem suspeitas em torno do negócio imobiliário e, por isso, na avaliação deles, não há elementos para manter a investigação no STF. Após a decisão do ministro, a 10.ª Vara Federal de Brasília suspendeu o andamento do inquérito da Polícia Federal e enviou toda a papelada do caso ao STF, como quebras de sigilo e bloqueios de bens, para que Toffoli avalie se também devem tramitar no Supremo.

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