O avanço de operações da Polícia Federal sobre
suspeitas de desvios de recursos públicos ampliou o desgaste entre o Congresso
Nacional, o governo Lula e o STF. Lideranças do centrão veem direcionamento
político nas investigações, sobretudo nas apurações envolvendo emendas
parlamentares, e já sinalizam possível retaliação em votações decisivas no fim
do ano legislativo.
O estopim mais recente foi a operação Transparência,
deflagrada na sexta-feira (12), que cumpriu mandados contra assessores ligados
ao ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Autorizada pelo ministro Flávio
Dino, a ação aprofundou o mal-estar entre parlamentares e o Supremo,
especialmente após decisões que apertaram regras de transparência e execução
das emendas ao Orçamento.
O incômodo se estende a investigações envolvendo o
Banco Master e o Grupo Fit, cujos empresários mantêm relação com figuras
influentes do centrão. PP e União Brasil anteciparam o desembarque do governo,
alegando uso político de apurações e vazamentos para desgastar parlamentares às
vésperas do calendário eleitoral.
O clima piorou ainda mais após o STF determinar a
perda do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), contrariando decisão da
Câmara. Deputados veem risco de enfraquecimento do Legislativo e temem que o
entendimento de cassação automática passe a ser aplicado a outros casos. Com
novos julgamentos sobre emendas previstos para 2026, a tensão entre os Poderes
promete seguir em alta.
Com informações da Folha de S.Paulo

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