Especialistas do mercado financeiro avaliam com
apreensão a atuação do Judiciário no caso do Banco Master e alertam para riscos
de insegurança jurídica. A liquidação extrajudicial da instituição foi
decretada pelo Banco Central em 18 de novembro, após a identificação de uma
fraude estimada em R$ 12 bilhões, envolvendo a criação de carteiras de crédito
e fundos sem lastro para sustentar artificialmente a liquidez do banco.
Apesar da apuração conduzida pela autoridade
monetária, decisões recentes passaram a questionar o processo. Na última
semana, o ministro Jhonatan de Jesus, do TCU, solicitou explicações técnico-jurídicas
ao BC, enquanto o ministro Dias Toffoli, do STF, determinou uma acareação entre
o controlador do Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB Paulo Henrique
Costa e o diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino.
Para Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de
Política Monetária do Banco Central, os questionamentos são “fora de
propósito”. Ele destaca que as decisões da autarquia são colegiadas e que não
há controvérsia quanto à fraude. Segundo ele, a venda do banco ao BRB não
ocorreu porque os ativos oferecidos eram inexistentes, o que levou à prisão dos
envolvidos e à liquidação da instituição.
No mercado, a possibilidade de reversão da medida é
vista como um cenário crítico. Fontes ligadas à gestão de riscos alertam para
uma quebra de confiança no sistema regulatório brasileiro. A economista-chefe
da Lifetime Investimentos, Marcela Kawauti, afirma que uma liquidação só ocorre
após critérios rigorosos e que sua reversão poderia gerar incerteza e
instabilidade no sistema financeiro nacional.
Com informações da CNN

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