sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Eduardo Cunha ressurge com críticas ao modelo de articulação política de Lula com deputados: “criminalizar emendas”

 


O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, voltou ao debate político ao criticar publicamente a forma como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conduz as negociações com o Congresso Nacional. Em declarações recentes, Cunha afirmou que, historicamente, os governos do Partido dos Trabalhadores nunca conseguiram formar maioria sólida na Câmara dos Deputados.

Segundo ele, ao analisar os governos petistas — dois mandatos de Lula, dois de Dilma Rousseff e o atual — é possível observar que a base governista jamais ultrapassou cerca de 140 votos, número insuficiente para garantir governabilidade. “O governo nunca conseguiu ter maioria na Câmara”, afirmou.

Cunha relembrou que, diante dessa fragilidade, diferentes mecanismos foram utilizados ao longo do tempo para ampliar o apoio parlamentar. Ele citou o escândalo do mensalão como uma tentativa inicial de garantir votos sem a distribuição de cargos. Posteriormente, segundo ele, houve a ampliação da oferta de cargos políticos, estratégia que também enfrentou resistência após a criminalização de gestores públicos.

“Chegou um momento em que ninguém queria exercer cargos, mesmo quando o governo oferecia”, afirmou. Diante disso, o foco teria se deslocado para as emendas parlamentares como principal instrumento de negociação entre Executivo e Legislativo.

Na avaliação de Eduardo Cunha, o atual embate entre o governo federal e o Congresso gira em torno justamente das emendas. Para ele, a principal disputa do Planalto hoje seria reduzir o poder do Legislativo sobre esses recursos. “A grande luta do governo é acabar com as emendas, inclusive tentando criminalizá-las”, declarou.

As críticas reacendem o debate sobre os limites da articulação política no presidencialismo de coalizão e o papel das emendas parlamentares no equilíbrio de forças entre os Poderes.

 

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