Os Correios suspenderam nesta terça-feira (2) a
negociação de um empréstimo de R$ 20 bilhões com bancos, depois de perceberem
que os juros cobrados eram altos demais. A operação previa taxas próximas a
136% do CDI, acima do limite de 120% considerado seguro pelo Tesouro Nacional
para empréstimos com garantia da União.
A decisão veio após reunião entre o presidente da
estatal, Emmanoel Rondon, e integrantes do Ministério da Fazenda. Embora os
Correios não dependam diretamente da União, o Tesouro avisou que não apoiaria a
operação se os custos ultrapassassem o limite de 120% do CDI — índice usado como
referência para empréstimos entre instituições financeiras e operações
garantidas pelo governo.
A tentativa de crédito fazia parte do Plano de
Reestruturação da empresa e havia sido aprovada pelo Conselho de Administração
na última sexta-feira (28). Mas a estatal amarga prejuízos bilionários: no
primeiro semestre de 2025, o rombo foi de R$ 4,37 bilhões, contra R$ 1,35
bilhão no mesmo período do ano passado. Só no segundo trimestre, o déficit
chegou a R$ 2,64 bilhões.
A crise foi tão profunda que levou o ex-presidente
dos Correios, Fabiano Silva, a entregar sua renúncia ao Palácio do Planalto em
julho. Agora, a empresa precisa encontrar alternativas para equilibrar as
contas sem se enforcar com juros abusivos e sem depender demais do governo
federal.

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