quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Correios travam empréstimo de R$ 20 bilhões com juros abusivos de 136% do CDI

 


Os Correios suspenderam nesta terça-feira (2) a negociação de um empréstimo de R$ 20 bilhões com bancos, depois de perceberem que os juros cobrados eram altos demais. A operação previa taxas próximas a 136% do CDI, acima do limite de 120% considerado seguro pelo Tesouro Nacional para empréstimos com garantia da União.

A decisão veio após reunião entre o presidente da estatal, Emmanoel Rondon, e integrantes do Ministério da Fazenda. Embora os Correios não dependam diretamente da União, o Tesouro avisou que não apoiaria a operação se os custos ultrapassassem o limite de 120% do CDI — índice usado como referência para empréstimos entre instituições financeiras e operações garantidas pelo governo.

A tentativa de crédito fazia parte do Plano de Reestruturação da empresa e havia sido aprovada pelo Conselho de Administração na última sexta-feira (28). Mas a estatal amarga prejuízos bilionários: no primeiro semestre de 2025, o rombo foi de R$ 4,37 bilhões, contra R$ 1,35 bilhão no mesmo período do ano passado. Só no segundo trimestre, o déficit chegou a R$ 2,64 bilhões.

A crise foi tão profunda que levou o ex-presidente dos Correios, Fabiano Silva, a entregar sua renúncia ao Palácio do Planalto em julho. Agora, a empresa precisa encontrar alternativas para equilibrar as contas sem se enforcar com juros abusivos e sem depender demais do governo federal.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário