sábado, 6 de dezembro de 2025

Correios aumentam PDV a 15 mil empregados e falam em ‘outras alternativas’ ao empréstimo de R$ 20 bilhões

 


Os Correios aumentaram a meta do Programa de Demissão Voluntária (PDV) para 15 mil funcionários e já falam em “outras alternativas” ao empréstimo de R$ 20 bilhões que vinha sendo negociado com bancos. No governo, está em estudo o que vem sendo chamado de “solução ponte”, para que a empresa consiga iniciar a implementação do seu plano de reestruturação sem a necessidade de negociar com as instituições financeiras em condições desfavoráveis.

Os funcionários da estatal já foram avisados do aumento do PDV para 15 mil. A meta é atingir 10 mil desligamentos em 2026 e mais 5 mil em 2027. Isso resultaria em uma economia de R$ 1,7 bilhão por ano com a folha de pagamentos, segundo cálculos da estatal, com retorno do investimento feito em nove meses.

“Está previsto um Programa de Desligamento Voluntário (PDV) para 2026. Trata-se de iniciativa totalmente voluntária, com condições atrativas e seguras para quem optar pela adesão. O impacto financeiro do plano é relevante: economia anual de cerca de R$ 1,4 bi a partir de 2027, com retorno do investimento em aproximadamente nove meses”, disse a estatal em comunicado interno.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que um possível aporte na companhia só seria feito dentro das regras fiscais. Essa é uma das alternativas em estudo nessa solução de curto prazo. A entrevista do ministro foi citada pela empresa.

“Até o momento, não houve evolução por motivo de discordância da Secretaria do Tesouro Nacional em relação às condições financeiras propostas pelos bancos. Neste contexto, outras alternativas para solução dessa questão estão sendo construídas em parceria entre Correios e Tesouro, como veiculado em entrevistas do próprio ministro da Fazenda”, afirmou a empresa.

Conforme antecipou o Estadão, os Correios também confirmaram que a contratação dos aprovados em concurso de 2024 acontecerá apenas em 2027.

“Tão logo haja condição financeira, a intenção é retomar as convocações do concurso público em 2027″, disse a estatal.

Na equipe econômica, permanece o entendimento de que a situação da empresa é delicada e não existe solução fácil no processo de reestruturação. Por isso, depois da negativa do Tesouro ao empréstimo, a visão é de que é preciso dar suporte ao novo presidente da estatal, Emmanuel Rondon, para que ele consiga implementar o plano e negociar “sem a faca no pescoço” com as instituições financeiras.

Rondon, antes de assumir o cargo, havia feito uma análise da estatal e detectado um descasamento de curto prazo, entre ativos e passivos, na ordem de R$ 7,6 bilhões.

O fluxo de caixa da empresa foi projetado até dezembro de 2025, e o pedido de R$ 20 bilhões visa quitar o empréstimo atual da companhia, no valor de R$ 1,8 bilhão com um grupo de bancos, além de regularizar dívidas com fornecedores, cobrir a folha de pagamentos e realizar investimentos.

Estadão

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