sábado, 27 de dezembro de 2025

CCJ aprova proposta que impede condenados de lucrar com livros e filmes sobre seus crimes

 


Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados deu aval a um projeto de lei que barra o recebimento de qualquer valor por parte de condenados pela Justiça oriundo da criação, divulgação ou exploração de obras intelectuais que tenham relação direta com o crime cometido. A iniciativa busca evitar que autores de delitos obtenham lucro com a própria conduta criminosa, seja por meio de livros, filmes, séries ou entrevistas.

Como a proposta tramitou em caráter conclusivo, o texto segue para análise do Senado, a menos que parlamentares apresentem recurso para que o tema seja discutido no Plenário da Câmara.

O texto aprovado é um substitutivo apresentado pela deputada Bia Kicis (PL-DF) ao Projeto de Lei 5912/23, de autoria do deputado Altineu Côrtes (PL-RJ). Embora a versão original previsse alterações no Código Penal, a relatora optou por inserir a proibição na Lei de Direitos Autorais, por entender que se trata de limitação à exploração econômica de obras intelectuais, e não de sanção penal adicional.

No parecer, Bia Kicis defendeu que a medida fortalece a moralidade pública, ao impedir que crimes sejam transformados em fonte de renda. “É preciso impedir que criminosos explorem economicamente seus delitos por meio de obras intelectuais”, afirmou.

Direito das vítimas
Pelo texto aprovado, se houver pagamento ao condenado por obras relacionadas ao crime, a vítima ou seus herdeiros poderão exigir judicialmente a totalidade dos valores recebidos, além de indenização por danos morais, em ação cível. Esse direito não exclui outras formas de reparação já determinadas pela Justiça.

Referência ao caso Richthofen
Na justificativa do projeto, o autor citou a produção dos filmes sobre o caso Richthofen como exemplo de situações que levantaram debate sobre a possibilidade de condenados lucrarem com a repercussão de crimes de grande impacto. A proposta pretende impedir que a comercialização dessas histórias gere benefícios financeiros aos responsáveis pelos delitos.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

 

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