segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Cachaça Mipibu é destaque na mídia internacional

 


“O Brasil tem uma cachaça para cada estação do ano.” A frase publicada pelo New York Times em dezembro, em uma reportagem especial sobre drinks feitos com o destilado brasileiro, ajuda a traduzir um movimento que vem ganhando força fora do país — e no qual rótulos artesanais como a cachaça Mipibu começam a ocupar lugar de destaque no cenário internacional.

A menção no jornal americano de prestígio reforça a percepção de que a cachaça vive um ponto de inflexão no mercado global. Produzida no Rio Grande do Norte, a Mipibu surge como exemplo dessa nova geração de marcas que unem tradição, identidade regional e padrão de qualidade capaz de dialogar com os paladares mais exigentes do mundo.

“A cachaça entrou em fase de descoberta no exterior”, afirma a empresária Raquel Lopes, radicada em Portugal e considerada uma embaixadora informal da bebida, em entrevista à Bloomberg Línea. “Ainda há muita gente que não sabe exatamente o que é cachaça, mas isso começou a mudar — especialmente quando aparecem rótulos que contam uma boa história e entregam qualidade”, disse.

À frente da Casa Cachaça, braço da importadora BRZ Select em Portugal, Lopes apresenta ao público europeu cerca de 30 marcas brasileiras, que vão de pequenos alambiques familiares a rótulos premiados. É nesse universo que produtos como a cachaça Mipibu ganham espaço, mostrando que o Brasil vai muito além das marcas tradicionais já conhecidas no exterior.

A atuação da empresária envolve articulação de negócios, festivais e degustações que colocam a cachaça nas cartas de bares e restaurantes europeus. Os números confirmam o avanço. Após anos de desempenho tímido, as exportações do destilado brasileiro aceleraram: em 2021, cresceram 38%, somando US$ 13,1 milhões. Em 2022, o valor saltou para US$ 20,08 milhões — alta de 53%, segundo dados do ComexStat, compilados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC). Em volume, o aumento foi de 29,03%, ultrapassando 9,3 milhões de litros, conforme a ApexBrasil.

Embora ainda distante de bebidas como rum e tequila em termos globais, o movimento indica uma mudança estrutural. “Há uma valorização clara. O momento é agora. Se fizermos o trabalho certo, a cachaça pode ocupar qualquer prateleira de bar ou hotel sofisticado do mundo”, afirma Lopes.

Apesar do avanço, desafios persistem. A cachaça segue classificada internacionalmente como “rum e outras aguardentes de cana”, o que gera confusão. “O maior desafio é explicar que cachaça não é rum. Isso acontece o tempo todo”, relata.

Para diferenciar a bebida, Lopes recorre à história e à técnica. Destaca que a cachaça é o destilado mais antigo das Américas e o único que pode ser envelhecido em mais de 40 tipos de madeira — característica que confere diversidade sensorial e encanta especialistas. Esse repertório também ajuda a romper a associação exclusiva com a caipirinha, drink que abriu portas, mas que limita a compreensão da bebida.

“Desafiamos bartenders a harmonizar cachaça com charutos ou até com vinho do Porto. É para mostrar que a cachaça é extremamente versátil”, diz.

Nesse processo, marcas artesanais como a cachaça Mipibu ganham protagonismo ao traduzir autenticidade, território e inovação — atributos cada vez mais valorizados no mercado premium internacional.

“Não se trata apenas de vender um produto”, resume Lopes. “É abrir caminho para que a cachaça seja compreendida e valorizada no lugar que merece. Ela é parte da nossa identidade.”

 

 

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