No mesmo dia em que uma idosa de 69 anos morre por
falta de um leito de UTI em Mossoró, agonizando numa sala vermelha da UPA do
Alto de São Manoel, o Rio Grande do Norte assiste à governadora Fátima Bezerra
em Natal, participando de ato político contra o Congresso. A cena é revoltante.
Ridícula. Patética. Enquanto uma família implora por socorro médico e vê a vida
escorrer pelos dedos por absoluta ausência do Estado, a chefe do Executivo
veste boné ideológico, posa de revolucionária e faz discurso para militância.
A imagem da governadora com um boné comunista
estampando a bandeira de Cuba é uma provocação. Talvez uma referência
involuntária ao sistema de saúde cubano, tão propagandeado pela esquerda, mas
que, na prática, também convive com abandono e propaganda oficial. Aqui, no Rio
Grande do Norte, a realidade é nua e cruel. Dona Maria do Socorro Alves Felipe
foi internada na sexta-feira em estado gravíssimo, com falência renal,
necessitando urgentemente de hemodiálise, cirurgia e um leito de UTI. A vaga
nunca veio. A burocracia venceu a urgência. O descaso venceu a vida.
A família buscou ajuda por todos os meios. Procurou
o sistema, implorou, denunciou. Entrou em contato com este blog. Fizemos o que
estava ao nosso alcance. Ainda assim, Maria do Socorro morreu no domingo pela
manhã, não por falta de diagnóstico, não por falta de médicos, mas por falta de
estrutura, de gestão e, sobretudo, de prioridade política.
Essa é a revolta de quem vive em um estado onde a
governadora brinca com a cara da população. Onde se banca a revolucionária de
gabinete enquanto pessoas comuns morrem à espera de uma vaga em UTI. O Rio
Grande do Norte virou uma tragédia anunciada, governado por quem prefere o
discurso fácil à responsabilidade dura de salvar vidas. É impossível não sentir
nojo. É impossível não denunciar. É impossível não se indignar.
Com informações do Blog Ismael Sousa

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