Após o desgaste provocado pela crise no INSS e a
saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, o PT iniciou um movimento de
reaproximação com o PDT visando a construção de alianças para a eleição de
2026. O presidente nacional do PT, Edinho Silva, tem buscado dirigentes
pedetistas para restabelecer a parceria nacional, considerada estratégica para
a reeleição do presidente Lula. Apesar do abalo, aliados de Lupi avaliam que o
apoio ao projeto presidencial está encaminhado.
A relação entre os partidos, no entanto, ainda
enfrenta entraves em estados-chave como Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do
Sul. No território gaúcho, o PDT lançou a pré-candidatura de Juliana Brizola ao
governo, enquanto o PT trabalha o nome de Edegar Pretto, atual presidente da
Conab. Ambos os lados resistem à possibilidade de abrir mão da cabeça de chapa,
o que dificulta uma composição local, mesmo com o discurso público de diálogo
entre as legendas.
Em Minas Gerais, as conversas avançaram após o PSD
filiar o vice-governador Mateus Simões, adversário do PT. O partido avalia
apoiar Alexandre Kalil, recém-filiado ao PDT, enquanto Lula ainda vê com
simpatia o nome do senador Rodrigo Pacheco, que, por ora, descarta disputar o
governo estadual. Paralelamente, há resistências internas no PT mineiro, que
defende alternativas como alianças com o MDB ou PSB.
No Paraná, o cenário é mais favorável ao
entendimento. O deputado estadual Requião Filho, pré-candidato do PDT ao
governo, anunciou acordo com o petista Enio Verri para a formação de chapa em
2026, prevendo Verri como candidato ao Senado. Ainda assim, o PT local tenta
acomodar outras lideranças internas, como o grupo do deputado Zeca Dirceu, o
que mantém as negociações em aberto.
A tentativa de recompor a aliança também gerou
tensões internas no PDT. O ex-ministro Ciro Gomes deixou o partido no Ceará,
rejeitando qualquer aproximação com o PT e criticando o tratamento dado a Lupi
durante a crise do INSS. Mesmo com as rusgas, a cúpula petista avalia que a reconstrução
do diálogo com o PDT é essencial para fortalecer o palanque de Lula e ampliar a
base de apoio em 2026.
Com informações do O Globo

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