A Justiça Federal realizou nesta segunda-feira (3)
uma vistoria nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) utilizados pelo
SUS em dois hospitais privados de Natal:
o Memorial São Francisco e o Hospital Rio Grande.
A ação também contou com a participação do Conselho
Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern), dos Ministérios Públicos
Federal e Estadual e da Secretaria Estadual de Saúde.
A vistoria começou no Hospital Memorial, onde a
comitiva foi recebida pela direção do hospital e conversou com pacientes,
acompanhantes e funcionários, especialmente na UTI.
Os leitos de UTI são alvo da ação judicial movida
pelo Cremern para abrir e manter leitos de terapia intensiva na rede SUS.
“Antes da pandemia de Covid-19, esse processo já
entrou em conciliação e desde lá nós realizamos reuniões, audiências
autocompositivas periódicas, de regra bimestrais. Os 10 leitos que são
contratualizados com o SUS, estão, inclusive, ocupados hoje, todos abertos e
ocupados. E tivemos também um diálogo inicial com a administração do hospital
para trazer dados, informações sobre essa assistência, dificuldades também,
porque o nosso objetivo é conhecer como o serviço está sendo prestado e
aprimorar”, afirmou a juíza federal Gisele Leite.
O diretor do hospital do Hospital Memorial, Ricardo
Queiroz, explicou que metade dos leitos de UTI da unidade é destinada a
pacientes encaminhados pela Secretaria Estadual de Saúde.
“São pacientes clínicos, essencialmente, vindos do
interior e da Grande Natal. Então, o paciente pode estar no Walfredo,
Ceará-Mirim, qualquer parte do interior, pacientes clínicos, 100%, vem para
essa UTI 2", explicou.
No Hospital Rio Grande, onde a vistoria seguiu ao
longo do dia, a equipe verificou 22 leitos de UTI em funcionamento, número
temporariamente ampliado em relação ao contrato original, que prevê 10 vagas,
até janeiro do próximo ano.
As inspeções periódicas nesses hospitais privados
acontecem há 13 anos, por determinação da Justiça Federal.
Atualmente, os dois hospitais estão com 100% de
ocupação nas UTIs. Na última sexta-feira (31), dois pacientes morreram à espera
de leitos de terapia intensiva: o antenista Erberson Kleber Clementino, de 43
anos, em Santa Cruz, e o aposentado Agenor Tomaz Pereira, de 91, em Pendências.
Os casos acenderam o alerta sobre a insuficiência de
leitos disponíveis no estado.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a rede
pública estadual conta atualmente com 294 leitos de UTI, atualmente, entre os
da rede própria e os contratados com hospitais particulares. Até 2018, segundo
a pasta, o estado contava com 161 leitos.

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