terça-feira, 4 de novembro de 2025

Governo Lula avalia auxílio a famílias de mortos em megaoperação no Rio, mas decisão divide o Planalto

 


O governo federal analisa se prestará apoio às famílias dos 117 suspeitos mortos na megaoperação policial conduzida pela gestão de Cláudio Castro (PL) no Rio de Janeiro. A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, defende que a União ofereça assistência formal aos familiares das vítimas, mas o tema divide o Palácio do Planalto.

Setores do governo avaliam com cautela um eventual envolvimento direto da administração federal na questão. Segundo interlocutores, há receio de que uma ação do tipo gere associação política entre o governo Lula e o crime organizado, especialmente diante da repercussão pública das mortes e da narrativa de enfrentamento ao tráfico sustentada pelo governo fluminense.

Nos bastidores, a tendência atual é de que a União não ofereça auxílio direto, deixando a responsabilidade pelo apoio às famílias a cargo do governo estadual, que coordenou a operação.

Na última quinta-feira (30/10), Macaé Evaristo esteve no Complexo da Penha, na zona norte do Rio, para ouvir relatos de moradores sobre as ações policiais. A ministra classificou a megaoperação como “um fracasso”, destacando o impacto humanitário e social das incursões.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também participou da visita, reforçando o pedido por investigações transparentes e respeito aos direitos humanos nas comunidades afetadas.

Enquanto o governo fluminense defende a operação como necessária ao combate ao crime, o debate no Planalto expõe o dilema político do presidente Lula entre manter o compromisso com a defesa dos direitos humanos e evitar desgastes em um tema de forte apelo popular.

 

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