domingo, 9 de novembro de 2025

Críticas à COP30 levantam alerta sobre risco de fracasso e pressionam imagem do Brasil

 


A poucos dias do início da COP30, em Belém (PA), o Brasil enfrenta uma onda de críticas que vai de falhas logísticas à incoerência ambiental do governo federal. A primeira conferência climática da ONU sediada no país deveria reforçar o protagonismo brasileiro no debate global, mas tem despertado dúvidas sobre a capacidade de execução da cidade-sede e a consistência das políticas ambientais anunciadas pelo Palácio do Planalto.

Os principais questionamentos vêm de delegações estrangeiras, organizações amazônicas e da imprensa internacional, que apontam obras concluídas às pressas, transporte público insuficiente, serviços sobrecarregados e custos elevados — sobretudo para hospedagem e deslocamento. Para especialistas, esse cenário afasta justamente os grupos que deveriam compor o centro das discussões, como lideranças indígenas, comunidades territoriais e jovens pesquisadores.

O cientista político Gabriel Amaral afirma que o risco é a COP30 ser lembrada mais pelos problemas estruturais do que pelos resultados. Segundo ele, a distância entre o discurso climático do governo Lula e decisões como a autorização para exploração de petróleo na Margem Equatorial gera desconfiança no exterior. “Infraestrutura é leitura imediata de capacidade de execução. Se o país transmite improviso, transmite também fragilidade institucional”, adverte.

Apesar dos desafios, Amaral avalia que ainda há espaço para reverter o desgaste. Para isso, o governo precisaria reagir rapidamente às críticas e transformar o evento em um marco concreto — com metas verificáveis de combate ao desmatamento, fortalecimento dos órgãos ambientais e participação efetiva das comunidades amazônicas. Caso contrário, a conferência corre o risco de se transformar apenas em uma vitrine política com pouco impacto real.

Com informações do R7

 

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