A saída antecipada do
ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) movimentou os
bastidores políticos em Brasília e abriu uma nova corrida por indicações à mais
alta Corte do país. Nos bastidores, uma apuração revela que a governadora
Fátima Bezerra (PT) passou a ser considerada uma das opções do presidente Lula
para ocupar a vaga.
Fontes com trânsito no
Senado e no Palácio do Planalto confirmaram à reportagem que o nome de Fátima
começou a ganhar força como uma alternativa política capaz de agregar em pautas
que são relevantes e carecem de representatividade no STF — como a presença de
uma mulher, parda e nordestina.
Para o governo Lula, a
indicação de uma mulher oriunda do Nordeste teria peso simbólico e político.
Atualmente, a Corte conta apenas com a ministra Cármen Lúcia, após a
aposentadoria de Rosa Weber, e cresce a pressão por maior representatividade
feminina no Supremo.
Outro ponto avaliado é o
perfil pragmático da governadora. Fátima mantém boa relação com diversos
políticos de campos ideológicos diferentes. Seu vice é do MDB, e ela construiu
uma ampla coalizão política para sua eleição ao governo, o que poderia
facilitar sua aprovação tanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
quanto no plenário do Senado — etapas obrigatórias para a confirmação do nome
indicado.
Se confirmada, a escolha
sinalizaria uma guinada estratégica do presidente Lula, que deixaria de
priorizar nomes técnicos do núcleo jurídico do governo para apostar em uma
indicação de perfil mais político — movimento que teria impacto direto nas
relações com o Congresso e na repercussão pública da decisão.
Até o momento, o Planalto
evita confirmar oficialmente qualquer movimentação. No entanto, nos bastidores
de Brasília, Fátima já é tratada como uma das cartas sobre a mesa para a vaga
aberta com a saída de Barroso.
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