sábado, 18 de outubro de 2025

Governo Lula insiste em recorrer à fórmula ineficaz de elevar impostos em vez de cortar gastos

 


O governo Lula sofreu novo revés na área fiscal. A Medida Provisória 1.303, que alterava regras de tributação sobre investimentos e ativos financeiros, perdeu validade após ser retirada da pauta da Câmara.

A proposta era essencial para arrecadar cerca de R$ 17 bilhões em 2026, parte importante da meta de superávit primário de 0,25% do PIB (R$ 34 bilhões).

Sem a MP, o Planalto viu ruir uma das principais fontes de reforço de caixa e já busca alternativas para cobrir o rombo.

A reação do Planalto: mais impostos, menos cortes

Como de costume, a resposta veio em forma de novas propostas de aumento de tributos.
“O cacoete desse governo é aumentar impostos”, critica Marcus Pestana, diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI).

Mesmo após a derrota, o governo passou a apresentar a MP 1.303 como uma medida de “justiça tributária”, tentando transformar o impasse em discurso político.
Nas redes, Lula afirmou que a decisão da Câmara foi “uma derrota para o povo brasileiro”, e não para o governo.

Haddad adota discurso político

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou a narrativa de que a proposta era “justa” e prometeu compensar a arrecadação perdida sem cortar gastos.

A mudança de tom preocupa o mercado, que via em Haddad uma voz moderada pela responsabilidade fiscal. Agora, ele parece mais empenhado em financiar as promessas de Lula do que em ajustar as contas públicas.

As novas apostas do governo

Entre as medidas estudadas pelo Planalto estão:

  • Reajuste no IOF, com potencial de arrecadar até R$ 20 bilhões;
  • Aumento da taxação das casas de apostas (bets), dos atuais 12% para 18%, o que renderia R$ 1,7 bilhão;
  • Elevação da tributação sobre fintechs, que poderia gerar R$ 1,6 bilhão;
  • Revisão de benefícios fiscais concedidos a empresas e setores, estimados em R$ 800 bilhões anuais.

A indústria, porém, resiste a cortes lineares e pede análise caso a caso.

Reformas paradas e aumento de gastos

Enquanto tenta ampliar a arrecadação, o governo adiou reformas estruturais como a administrativa e abandonou planos de privatizações.

Desde 2023, mais de 20 medidas de aumento de tributos foram propostas, o que tem alimentado críticas e apelidos como “Taxad”, em referência a Haddad.

Programas sociais continuam sendo priorizados, mas com ajustes tímidos nas despesas. A economia política sobrepõe-se ao compromisso fiscal.

Orçamento otimista e risco de colapso

O Orçamento de 2026 reflete um descompasso entre discurso e realidade. O governo projeta crescimento do PIB de 2,4%, contra 1,8% estimado pelo mercado. Prevê ainda receitas de R$ 2,6 trilhões, enquanto a IFI calcula R$ 2,5 trilhões — diferença que muda tudo: o Planalto fala em superávit, mas os técnicos veem déficit de R$ 45 bilhões.

Economistas alertam para crise fiscal

Especialistas apontam que, sem cortes e reformas, o Brasil pode enfrentar um colapso fiscal antes de 2027.
“O governo não se preparou para chegar a 2026 com as contas em ordem”, diz Zeina Latif, economista.
Já o ex-ministro Maílson da Nóbrega é direto:

“O colapso da máquina pública pode vir antes de 2027. O Brasil já tem um encontro marcado com uma grande crise.”

O governo Lula encerra 2025 entre promessas de responsabilidade fiscal e medidas populistas que adiam soluções reais.

Com foco em arrecadar mais e gastar igual, o risco é transformar o ajuste em ilusão e a economia em bomba-relógio.

Com informações de Revista Veja

 

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