O clima ferveu nos bastidores do STF: os ministros
Gilmar Mendes e Luiz Fux protagonizaram uma discussão tensa durante o intervalo
de uma sessão plenária nesta semana — e o bate-boca foi ouvido por colegas.
Tudo começou quando Gilmar ironizou o colega por ter
suspendido o julgamento de um recurso de Sergio Moro, que tenta reverter a
decisão que o tornou réu por calúnia contra o próprio Gilmar. O caso estava
praticamente decidido — com quatro votos contra Moro — até Fux pedir vista e
parar o julgamento por até três meses.
De acordo com relatos de bastidores revelados pela
Folha de S.Paulo e confirmados pela CNN, o decano sugeriu que Fux fizesse
“terapia pra se livrar da Lava Jato”. A provocação reabriu feridas antigas:
durante o auge da operação, Gilmar era um dos seus maiores críticos, enquanto
Fux era visto como defensor número um da força-tarefa de Curitiba e do então
juiz Sergio Moro.
Fux reagiu, dizendo que só pediu vista para analisar
melhor o caso e reclamou das críticas constantes de Gilmar. O decano não
recuou: “Falo mal de você publicamente, não pelas costas. Você é uma figura
lamentável”, teria dito, segundo fontes.
Gilmar ainda cutucou o voto de Fux no julgamento que
condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão,
classificando-o como “um voto de 12 horas que não fazia o menor sentido”. Fux
votou para absolver Bolsonaro e condenar o tenente-coronel Mauro Cid, o delator
da chamada “trama golpista”. Nenhum dos dois ministros quis comentar o
episódio.
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