O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal
Federal), afirmou, durante voto que pode formar maioria na Corte para condenar
o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à prisão, nesta quarta-feira (10), que um
juiz precisa de firmeza para condenar um réu e de "humildade" para
absolvê-lo quando houver dúvida sobre as acusações.
"No juiz criminal reside a maior
responsabilidade da magistrada, de firmeza para condenar quando houver certeza
e, o mais importante, de humildade para absolver quando houver dúvida",
afirmou Fux.
O ministro realizou uma introdução sobre as
competências do Supremo durante seu voto, antes de abordar as questões
preliminares alegadas pelas defesas dos réus e o mérito da ação penal para
decidir pela absolvição ou condenação dos oito acusados.
A Primeira Turma do STF julga se o ex-presidente
Jair Bolsonaro e outros sete réus foram responsáveis pela tentativa de golpe de
Estado após as eleições de 2022.
Eles respondem pelo crime de organização criminosa
armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe
de Estado, dano qualificado pela violência e ameaça grave e deterioração de
patrimônio tombado.
Os advogados dos réus fizeram as defesas na semana
passada, na terça-feira (2) e quarta-feira (3), pela ação penal pelos crimes de
organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado
Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e
ameaça grave e deterioração de patrimônio tombado.
Na sessão de terça-feira (9), Fux sinalizou
divergência de Alexandre de Moraes, ministro e relator do caso, após sete
minutos de voto.
Antes de Moraes começar a análise das preliminares
suscitadas pelas defesas, Fux pediu a palavra para dizer que “voltaria a elas”
quando fosse o seu momento de se manifestar.
“Desde o recebimento da denúncia, por uma questão de
coerência, eu sempre ressalvei e fui vencido nessas disposições”, disse Fux na
ocasião.
O julgamento está previsto para acontecer até
sexta-feira (12). Além de Fux, nesta quarta-feira (10), os ministros Cármen
Lúcia e Cristiano Zanin, presidente do colegiado, também votam para condenar,
ou absolver, os réus.
CNN Brasil
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