A denúncia do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do
Norte (Sinmed/RN) sobre a existência de contratos irregulares com a empresa
Justiz Terceirização de Mão de Obra Ltda para a prestação de serviços médicos
na rede estadual de saúde aguarda análise na Procuradoria do Ministério Público
do Trabalho do Estado (MPT/RN) da 21ª região. De acordo com o MPT/RN, a notícia
de fato foi recebida pelo órgão no último dia 29 de agosto e está sob a
responsabilidade do procurador do Trabalho Francisco Marcelo Almeida Andrade.
A notícia de fato (denúncia) foi elaborada de forma
conjunta pelo Sinmed/RN e pela Associação de Médicos do Rio Grande do Norte
(AMRN) e encaminhada ao MPT/RN no último dia 28 de agosto. O documento aponta
indícios de irregularidades nas relações de trabalho estabelecidas pela Justiz
Terceirização por meio da utilização indevida de Sociedades em Conta de
Participação (SCPs).
Segundo o documento, com o sistema de SCPs, os
trabalhadores são contratados de forma precária, ferindo a legislação
trabalhista. “Consta que a referida empresa se utiliza da constituição de
diversas SCPs, geralmente registradas em nome de ‘sócios ostensivos’, que, na
prática, atuam como meros prepostos da empresa principal, sem autonomia real ou
independência administrativa”, aponta a denúncia.
O documento cita, especialmente, os contratos
firmados para prestação de serviços médicos pela empresa Justiz nas unidades
vinculadas à Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap/RN). Segundo a
denúncia, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) já foi firmado pela Sesap/RN
junto ao MPT/RN e ao Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), e a
pasta da saúde estadual se comprometeu a instaurar procedimentos
administrativos para identificar irregularidades nos contratos celebrados entre
o Estado e a Justiz.
Embora a mesma empresa também seja alvo de denúncias
do Sinmed/RN no recente contrato firmado com a Prefeitura do Natal, o MPT/RN
informou que não recebeu novas denúncias do Sindicato sobre a prestação de
serviços da empresa envolvendo o município.
Em relação à notícia de fato envolvendo a
contratação com a Sesap/RN, o MPT/RN esclarece que o documento já aguarda uma
apreciação prévia do caso pelo procurador do Trabalho Francisco Marcelo Almeida
Andrade. “Inicialmente, o procurador realiza uma apreciação prévia do caso, ou
seja, faz uma primeira análise dos fatos relatados. Se forem observados
indícios de conduta irregular, o procurador procede com a instauração de um
Inquérito Civil. Caso contrário, a denúncia é indeferida”.
Caso seja instaurado um inquérito civil, o MPT/RN
aponta que a parte denunciada será notificada para apresentar as informações e
documentos solicitados. “O procurador analisa as provas e decide o trâmite do
procedimento, podendo, eventualmente, propor a subscrição de um Termo de Ajuste
de Conduta ou ajuizar uma ação civil pública”.
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