Com um voto que traz um claro contraponto ao que foi
apresentado anteriormente na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF),
o ministro Luiz Fux defendeu a anulação do processo contra os réus do chamado
núcleo crucial da suposta tentativa de golpe de Estado. Em sua deliberação, o
magistrado entendeu que o caso não seria de competência da Suprema Corte e que
houve cerceamento de defesa.
Além disso, Fux também votou pela improcedência das
acusações contra os réus pelo crime de organização criminosa armada. Ao
apresentar seus argumentos, o ministro proferiu diversas frases marcantes e que
repercutiram nos noticiários ao longo da manhã desta quarta-feira (10).
Confira algumas delas:
– Juízo político
“Não compete ao STF realizar um juízo político,
conveniente ou inconveniente, apropriado ou inapropriado. Compete a este
tribunal afirmar o que é constitucional ou inconstitucional, legal ou ilegal”.
– Foro competente
“Os réus desse processo, sem nenhuma prerrogativa de
foro, perderam os seus cargos muito antes do surgimento do atual entendimento.
O atual entendimento é recentíssimo, deste ano”.
– Anulação total
“A minha primeira preliminar, ela anula
completamente o processo por incompetência absoluta”.
– Tsunami de dados
“Salta aos olhos a quantidade de material
comprobatório apreendido. Foi um verdadeiro ‘tsunami de dados’, bilhões de
páginas entregues às defesas em prazo exíguo”.
– Imparcialidade
“O juiz deve acompanhar a ação penal com distanciamento,
não apenas por não dispor de competência investigativa ou acusatória, como
também pelo necessário dever de imparcialidade”.
– Responsabilização por dano
“Um acusado não pode ser responsabilizado por um
dano provocado por terceiro. Especialmente se não houver a prova de qualquer
vínculo ou determinação direta”.
– Certeza para condenação
“Aqui reside a maior responsabilidade da
magistratura: condenar quando há certeza e, o mais importante, humildade para
absolver quando houver dúvida”.
– Organização criminosa
“A denúncia não narrou, em qualquer trecho, que os
réus pretendiam praticar delitos reiterados de modo permanente, como exige o
tipo de organização criminosa”.
– Deliberação no Plenário
“Ao rebaixar a competência original do plenário para
uma das turmas, estaríamos silenciando as vozes de ministros que poderiam
esterilizar a forma de pensar sobre os fatos”.
– Banalização do foro
“A prerrogativa de foro sofreu inúmeras
modificações. Houve certa banalização dessa interpretação constitucional”.
Pleno.News
Nenhum comentário:
Postar um comentário