Agredida com pelo menos 60 socos pelo então
namorado, a paciente Juliana Soares deverá sofrer com sequelas para o longo da
vida. É o que estima o cirurgião responsável pela cirurgia, Kerlison Paulino de
Oliveira, que conta que a jovem sofreu incontáveis fraturas em várias áreas da
face. Isso porque a quantidade de agressões sofridas pela moça gerou fraturas
muito pequenas, em alguns casos, dificultando o processo cirúrgico. A paciente
deve ter alta em dois dias.
“Muito
provável que [ela tenha sequelas] sim. Na maioria dos pacientes a gente
consegue fazer uma união perfeita dos ossos. E nessa situação a gente teve
muitos fragmentos distantes um dos outros, mesmo com as fixações. Então,
tivemos que usar placas mais rígidas”, disse o especialista em cirurgia e
traumatologia buco-maxilo-faciais.
A intervenção foi considerada complexa e durou duas
horas a mais que o previsto, chegando a sete horas. As informações foram
repassadas em entrevista coletiva no Hospital Universitário Onofre Lopes
(HUOL/Ebserh) na noite desta sexta-feira (1°).
“A Juliana tem um aspecto importante porque ela tem
uma reabsorção óssea na face maior do que o padrão para o esperado da idade.
Então em algumas regiões os ossos eram frágeis semelhantes a cascas de ovo.
Isso dificultou muito porque montávamos um arcabouço ósseo em determinada
região, muitas vezes tínhamos que reavaliar e ver se aquilo poderia se manter
firme com as placas de parafuso utilizadas”, explicou o cirurgião.
Ainda segundo os responsáveis pela cirurgia, a
paciente está sedada se recuperando da cirurgia e deve receber alta em até dois
dias. Ela será acompanhada nos próximos dois meses para avaliar possíveis
sequelas e eventuais novas necessidades de procedimentos. A cirurgia contou com
10 profissionais, entre anestesista, profissionais de enfermagem e residentes.
Ao todo, foram 7 horas de intervenção cirúrgica. A previsão inicial eram de
4h30 a 5h. Segundo o cirurgião, a cirurgia foi considerada complexa pelas
múltiplas fraturas da paciente.
“O procedimento começou com previsão 5h, mas tivemos
algumas dificuldades inicialmente porque no nosso julgamento, algumas partes da
fratura estavam muito difíceis de serem abordadas, reduzidas e fixadas no local
correto. Acabamos perdendo muito tempo com esse tipo de abordagem porque haviam
muitas fraturas. O caso foi muito grave do ponto de vista de trauma”, disse.
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