sábado, 23 de agosto de 2025

Presença feminina cresce, mas ainda enfrenta desafios na energia eólica

 


A diversidade de gênero ainda é um desafio no setor de energia eólica. As mulheres representam apenas 21% da força de trabalho nessa área, um percentual ligeiramente menor do que em energias renováveis em geral (32%) e nas indústrias de energias tradicionais (22%).

Contudo, a desigualdade salarial percebida na energia eólica é de 40%, menor do que na economia em geral, que é de 68%. Os dados são do último boletim da InfoVento/ESG, em 2024, da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica).

Lícia Deniles Paulo, executiva do mercado de energia, 39 anos, é um exemplo do avanço da representatividade feminina na geração eólica do Rio Grande do Norte. Atualmente, ela é responsável pela gestão de grandes corretivos dos 44 parques eólicos da Neoenergia no país, incluindo os 11 localizados em território potiguar.

“Hoje, a presença da mulher em parques eólicos é uma realidade, o que abre novas oportunidades para o crescimento profissional das gerações futuras. Chegar até aqui exigiu aprimoramento técnico e perseverança para superar os obstáculos em uma profissão predominantemente masculina”, afirma Lícia.

Em sua rotina profissional, Lícia lida com todo o processo de manutenção que envolve equipamentos de grande porte, como aerogeradores, que dependendo do tipo de conservação requerem o uso de guindastes específicos.

Natural de Pau dos Ferros, cidade a 400 quilômetros de Natal, ela chegou à capital potiguar em busca dos bons ventos da educação. Dali em diante não parou mais de estudar. Formou-se como tecnóloga de automação industrial, cursou a primeira turma de pós-graduação de energia eólica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e MBA em liderança, gestão de pessoas e processos. Ela também é a primeira brasileira a ser supervisora de operação de manutenção na geração eólica.

Até que, em 2013, iniciou sua carreira na Neoenergia como gestora do parque eólico Rio do Fogo, função em que cuidava da operação da unidade, incluindo a inspeção de todos os equipamentos ligados à geração como aerogeradores, subestação e linha de transmissão.

Passados quase 12 anos na companhia, Lícia diz acreditar que o compromisso da Neoenergia em promover a igualdade de oportunidades é um diferencial para a inclusão da mulher na sociedade.

“É preciso determinação para seguirmos a nossa jornada sem abrir mão de quem somos verdadeiramente, ainda mais em ambiente de trabalho que estimula a nossa evolução”, finaliza Lícia, casada, mãe de uma menina, e formada em moda, sua outra paixão.

Ainda de acordo com o último boletim InfoVento/ESG da Abeeólica de 2024, municípios com parques eólicos instalados no Rio Grande do Norte aumentaram a geração de renda, a geração de empregos e o ritmo de criação de negócios. Foram analisados 10 municípios, que concentram 76% da geração eólica no estado e 84%.

 

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