A diversidade de gênero ainda é um desafio no setor
de energia eólica. As mulheres representam apenas 21% da força de trabalho
nessa área, um percentual ligeiramente menor do que em energias renováveis em
geral (32%) e nas indústrias de energias tradicionais (22%).
Contudo, a desigualdade salarial percebida na energia
eólica é de 40%, menor do que na economia em geral, que é de 68%. Os dados são
do último boletim da InfoVento/ESG, em 2024, da Associação Brasileira de
Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica).
Lícia Deniles Paulo, executiva do mercado de
energia, 39 anos, é um exemplo do avanço da representatividade feminina na
geração eólica do Rio Grande do Norte. Atualmente, ela é responsável pela
gestão de grandes corretivos dos 44 parques eólicos da Neoenergia no país,
incluindo os 11 localizados em território potiguar.
“Hoje, a presença da mulher em parques eólicos é uma
realidade, o que abre novas oportunidades para o crescimento profissional das
gerações futuras. Chegar até aqui exigiu aprimoramento técnico e perseverança
para superar os obstáculos em uma profissão predominantemente masculina”,
afirma Lícia.
Em sua rotina profissional, Lícia lida com todo o
processo de manutenção que envolve equipamentos de grande porte, como
aerogeradores, que dependendo do tipo de conservação requerem o uso de
guindastes específicos.
Natural de Pau dos Ferros, cidade a 400 quilômetros
de Natal, ela chegou à capital potiguar em busca dos bons ventos da educação.
Dali em diante não parou mais de estudar. Formou-se como tecnóloga de automação
industrial, cursou a primeira turma de pós-graduação de energia eólica da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte e MBA em liderança, gestão de
pessoas e processos. Ela também é a primeira brasileira a ser supervisora de
operação de manutenção na geração eólica.
Até que, em 2013, iniciou sua carreira na Neoenergia
como gestora do parque eólico Rio do Fogo, função em que cuidava da operação da
unidade, incluindo a inspeção de todos os equipamentos ligados à geração como
aerogeradores, subestação e linha de transmissão.
Passados quase 12 anos na companhia, Lícia diz
acreditar que o compromisso da Neoenergia em promover a igualdade de
oportunidades é um diferencial para a inclusão da mulher na sociedade.
“É preciso determinação para seguirmos a nossa
jornada sem abrir mão de quem somos verdadeiramente, ainda mais em ambiente de
trabalho que estimula a nossa evolução”, finaliza Lícia, casada, mãe de uma
menina, e formada em moda, sua outra paixão.
Ainda de acordo com o último boletim InfoVento/ESG
da Abeeólica de 2024, municípios com parques eólicos instalados no Rio Grande
do Norte aumentaram a geração de renda, a geração de empregos e o ritmo de
criação de negócios. Foram analisados 10 municípios, que concentram 76% da geração
eólica no estado e 84%.
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