sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Barroso defende Moraes e diz que réus serão julgados ‘sem interferência, venha de onde vier’

 


O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, iniciou a sessão de retorno das atividades do Judiciário, na manhã desta sexta-feira, 1, com um eloquente discurso de solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, sancionado pelo governo americano por meio da Lei Magnitsky. O magistrado defendeu as decisões tomadas por seu colega, relator da ação penal do golpe que pode levar o ex-presidente Jair Bolsonaro à condenação por atentado à democracia.

Para o ministro, Moraes conduziu este e outros processos com “inexcedível empenho, bravura e custo pessoais elevados”. “Nem todos compreendem os riscos que o País e a importância de uma atuação firme e rigorosa, mas sempre dentro do devido processo legal”, disse.

O chefe do Poder Judiciário brasileiro também enviou uma mensagem clara ao governo do presidente Donald Trump: “Todos os réus serão julgados com base nas provas produzidas, sem qualquer interferência, venha de onde vier”.

O recente movimento de sanções a ministros do STF e aplicação de tarifas aos produtos brasileiros por Trump é motivado, sobretudo, pelo objetivo de livrar Bolsonaro do julgamento na Primeira Turma do STF.

O ex-presidente foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base em investigações da Polícia Federal (PF) que o apontou como líder de uma organização criminosa criada para dar um golpe de Estado no final de 2022 com o objetivo de mantê-lo no governo e invalidar o resultado das eleições daquele ano.

“Foi necessário um tribunal atuante para evitar o colapso das instituições como ocorreu em vários países do mundo”, disse Barroso.

Fausto Macedo - Estadão

 

 

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