O Rio Grande do Norte registrou apenas 39,3% das
crianças alfabetizadas até o fim do 2º ano do ensino fundamental em 2024,
segundo dados divulgados nesta sexta-feira 11 pelo Ministério da Educação
(MEC). O índice coloca o estado entre os piores do Brasil, ao lado de
Sergipe (38,4%) e Bahia (36%). A média nacional foi de 59,2%, abaixo da meta de
60% estabelecida pelo governo federal para este ano.
O levantamento integra o Compromisso Nacional
Criança Alfabetizada, firmado pelo MEC com os 26 estados e o Distrito Federal,
e reflete o desempenho de 2 milhões de alunos de 42 mil escolas públicas em
todo o país. As avaliações foram aplicadas entre outubro e novembro de 2023. O
estado com o melhor desempenho foi o Ceará, com 85,3% das crianças alfabetizadas
— acima da meta nacional prevista para 2030, que é de 80%.
Segundo o MEC, 11 unidades da federação conseguiram
atingir a meta em 2024. Já oito estados apresentaram menos da metade dos alunos
alfabetizados, entre eles o RN. A média nacional só não foi atingida, de
acordo com o ministro Camilo Santana, devido à queda abrupta do índice no Rio
Grande do Sul, que passou de 63,4% para 44,7% por conta das fortes chuvas e
enchentes no estado em abril e maio. “Se o RS tivesse mantido o percentual de
2023, teríamos chegado a 60,2%”, explicou o ministro.
Confira os índices de alfabetização em 2024 por
estado em %:
- Acre: 51,4
- Alagoas: 48,6
- Amapá: 46,6
- Amazonas: 49,2
- Bahia: 36,0
- Ceará: 85,3
- Distrito
Federal: 59,1
- Espírito
Santo: 71,7
- Goiás: 72,7
- Maranhão: 59,6
- Mato
Grosso: 60,6
- Mato
Grosso do Sul: 55,9
- Minas
Gerais: 72,1
- Pará: 48,2
- Paraíba: 56,0
- Paraná: 70,4
- Pernambuco: 60,8
- Piauí: 59,8
- Rio
de Janeiro: 55,3
- Rio
Grande do Norte: 39,3
- Rio
Grande do Sul: 44,7
- Rondônia: 62,6
- Roraima: dados
não foram coletados
- Santa
Catarina: 62,0
- São
Paulo: 58,1
- Sergipe: 38,4
- Tocantins: 50,1
Apesar do resultado geral frustrante, 58% dos
municípios brasileiros melhoraram seus índices em relação a 2023, e mais da
metade alcançou a meta de alfabetização. O Inep, responsável pela análise,
considera alfabetizada a criança que é capaz de ler e compreender pequenos
textos, inclusive tirinhas e bilhetes, e escrever de forma simples, ainda que
com alguns erros.
O MEC afirma que tem intensificado ações nos estados
com menores índices, com acompanhamento técnico, visitas presenciais e apoio
direto às secretarias de Educação. “Estamos mais presentes nas escolas, com uma
projeção mais forte para atacar os problemas antigos”, afirmou o ministro
Camilo Santana. A secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt,
destacou que os territórios com menor desempenho estão sendo acompanhados
semanalmente e que há uma lista de escolas e municípios prioritários em cada
estado.
Para 2025, a nova meta nacional é de 64% de crianças
alfabetizadas, e o MEC prevê um crescimento de 5 pontos percentuais no
próximo ano. “Vai conseguir porque já estamos atentos e mobilizados”, disse a
secretária.
O Compromisso Nacional estabelece metas progressivas
até 2030, ano em que 80% das crianças brasileiras devem estar alfabetizadas ao
fim do 2º ano. Além disso, há uma frente de trabalho voltada à recuperação da
aprendizagem dos estudantes do 3º ao 5º ano, afetados pela pandemia de
covid-19. “A educação precisa ser política de Estado, não de governo”, reforçou
o ministro.
Metas (% das crianças brasileiras estejam
alfabetizadas no fim do 2º ano do ensino fundamental):
- 2025
– 64%,
- 2026
– 67%
- 2027
– 71%
- 2028
– 74%
- 2029
– 77%
- 2030
– 80%
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