sexta-feira, 18 de julho de 2025

Emparn diz que 84% dos municípios do RN sofrem com algum grau de seca

 


Dados do Monitor de Secas, divulgado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) nesta quarta-feira (16), apontam que 84,4% das cidades do RN apresentaram algum nível de seca. O informativo é publicado mensalmente pela Emparn, com dados colhidos pela Agência Nacional de Águas (ANA) e seus parceiros.

Segundo o levantamento realizado, devido à piora nos indicadores no Rio Grande do Norte, a seca grave avançou no extremo Oeste e a seca moderada avançou no Centro-Oeste e Oeste.

Em junho deste ano, segundo a classificação do Monitor das Secas, as categorias mais frequentes foram Seca Moderada (34,1%) e Seca Grave (30,5%). A Seca Fraca foi observada em 19,8% dos municípios. Além disso, 15,6% dos municípios do estado não apresentam algum nível de seca.

Os dados não registraram casos de Seca Extrema ou Excepcional durante este período. Foram classificados 15,6% municípios como Sem Seca Relativa, indicando um cenário de atenção, com predomínio de secas de intensidade moderada a grave no RN.

O levantamento está disponível para consulta e download no site da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN).

O Rio Grande do Norte enfrenta uma crise hídrica grave, com 73 municípios em situação de emergência reconhecida pela Defesa Civil Nacional. A escassez de água já afeta a produção agropecuária, especialmente a pecuária de corte e leiteira, além das lavouras de milho e feijão, causando “perdas expressivas”, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do RN (Faern). A agricultura familiar também sofre com o aumento da insegurança alimentar, agravado pela estiagem prolongada nas regiões Seridó, Oeste e Central, onde as chuvas ficaram até 50% abaixo do esperado.

Apesar do crescimento na bacia leiteira potiguar desde 2016, impulsionado por queijarias e frigoríficos privados, o setor pode registrar recuos significativos nos próximos meses devido à seca. O secretário de Agricultura do RN, Guilherme Saldanha, destaca que atividades como carcinicultura e agricultura irrigada não serão impactadas, mas expressa preocupação com a pecuária leiteira, ovinocultura, caprinocultura e cana-de-açúcar. “O desafio é minimizar os efeitos na cadeia produtiva”, afirma.

Autoridades buscam estratégias para mitigar os danos, mas a situação exige medidas urgentes diante da pior estiagem dos últimos anos. Enquanto alguns setores resistem, outros, dependentes de chuvas, enfrentam incertezas, pressionando ainda mais a economia e a segurança alimentar no estado. A crise hídrica no RN reforça a necessidade de políticas de adaptação climática e investimentos em infraestrutura hídrica.

Repasses

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) aprovou, até o momento, R$ 1,7 milhão para atender municípios nordestinos com o reconhecimento federal de situação de emergência por causa da escassez de chuva. Apenas no Rio Grande do Norte, são 73 cidades. Já em toda a região, são 578. O objetivo do repasse é custear ações de defesa civil nas regiões afetadas.

O estado do Piauí é o mais afetado desde o início do ano até agora, com 126 cidades em situação de emergência, seguido da Paraíba, com 107; Pernambuco, 100; Bahia, 95; Rio Grande do Norte, 73; Ceará e Alagoas, ambos com 31; Sergipe, 11, e Maranhão, 4. O Piauí já atingiu, em pouco mais de seis meses, o mesmo número (126) de municípios com reconhecimento de situação de emergência por causa da seca/estiagem em 2024.

 

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